De janeiro a outubro já foram realizados 1925 partos normais no Hospital Inácia Pinto dos Santos (HIPS), o Hospital da Mulher. Os números revelam um crescimento substancial desde a implantação este ano do Serviço de Enfermagem Obstétrica de Assistência ao Parto Humanizado, na unidade hospitalar.
Esses dados estão sendo apresentados nesta semana durante o Congresso de Enfermagem em Ginecologia e Obstetrícia de Feira de Santana – COEGO 2018, promovido pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e pela Faculdade Anísio Teixeira (FAT).
A equipe técnica de enfermagem obstétrica do HIPS – composta por 10 enfermeiras obstetras – discutem em palestra as vantagens da assistência segura e atendimento humanizado baseada em evidências científicas, respeitando a autonomia da mulher e incentivando o protagonismo feminino no momento do parto.
Acompanhamento de enfermeira obstetra diminui índice de parto cesariano
A enfermeira obstetra Vanessa Pereira (foto) observa que medidas ambientais como diminuição da luminosidade e dos ruídos sonoros, privacidade, aconchego, música, medidas físicas, caminhadas durante o trabalho de parto, banho morno e exercícios pélvicos influenciam diretamente no conforto da parturiente.
“Esse acompanhamento mais efetivo por uma enfermeira obstetra diminui o índice de parto cesarianas e, ainda, no número de internamentos de recém-nascidos no berçário”, explica a enfermeira especializada.
Os números também revelam uma diminuição dos índices de episiotomias (incisão no períneo) e no uso da medicalização intensa no parto com ocitocina, hormônio sintético usado para induzir o trabalho de parto e as contrações uterinas.
Avanço para a qualidade do parto humanizado na região
Segundo Gilberte Lucas (foto), presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana (FHFS), a implantação do serviço significou um grande avanço para a qualidade do parto humanizado na região.
“Buscamos valorizar a enfermagem obstétrica no parto intra-hospitalar e, agora, colhemos os resultados positivos. É um exemplo para outras maternidades e uma referência na região”, ressalta.
Outro fator importante é a presença do acompanhante durante o período de trabalho de parto, parto e pós parto realizado no Hospital da Mulher, atendendo à Lei 11.108/05, denominada Lei do Acompanhante.
“São medidas que fortalecem o vínculo familiar, o bem estar materno e neonatal”, ratifica Vanessa Pereira.
Equipamentos não-farmacológicos e produtos para alívio da dor
Um estande com diversos equipamentos não-farmacológicos e produtos para alívio da dor da mulher durante o parto, como bola suíça, banqueta, óleos, sonar de ausculta e maleta do parto, além de um banner com informações foi montado pela Fundação Hospitalar de Feira de Santana especialmente para o evento científico.
A bola suíça, explica Vanessa Pereira, é indicada para massagem perineal, descida e rotação do feto. Ainda, o rebozo – um chale ou lençol resistente posicionado na barriga da parturiente – ativa o trabalho de parto, corrige posições e auxilia o movimento de rotação e retificação do feto na pelve.
Outras técnicas como bamboleio (movimento que segue o ritmo das contrações), massagem, ampliação do diâmetro da pelve, cócoras sustentado e genupeitoral (aumento de mobilidade entre ossos da pelve) são outro métodos praticados no trabalho de pré e durante o parto.
A equipe de enfermagem obstétrica do Hospital da Mulher, coordenada pela enfermeira Siomara Souza, é formada pelas por Andreia Cerqueira dos Santos, Cristiane Oliveira dos Santos, Esterlane de Oliveira Barbosa, Isabela Passos, Jaqueline Ataíde, Jucicleide dos Santos e Vanessa Pereira.
Fonte: Secom Feira de Santana Fotos: Andrews Pedra Branca