Frutas, legumes e proteínas magras são algumas alternativas
Ceia de Natal, família reunida, cada um traz um prato, e aí é aquela comilança em volta da mesa, o que pode ser motivo de estresse para quem tem intolerâncias alimentares ou alguma restrição de saúde. E o que é para ser um momento de confraternização, vira uma confusão.
Foi assim que aconteceu com a jornalista Silvia Borella, que descobriu a doença celíaca há nove anos. E ela logo correu para estudar sobre o assunto. Por exemplo, não bastava só alguém da família levar o prato, a contaminação cruzada era uma preocupação, lição que todo mundo de casa já aprendeu.
“Então, se você usa para servir uma colher numa farofa que tem traços de glúten, por exemplo, e já coloca ela pra servir o arroz, naquela confusão mesmo, né, que todo mundo se serve ao mesmo tempo, pode contaminar. Com certeza vai contaminar o outro. Então, a gente vai criando estratégias. Eu tenho a estratégia das plaquinhas, quando tem alguma ceia ou alguma refeição grande que é dividida, ou colocar separado para mim num cantinho ou ser o primeiro a servir”.
Alimentos frescos, frutas e proteínas magras
Tem os intolerantes e tem também os que estão com problemas de saúde e não podem ter uma dieta livre, como os imunossuprimidos. A dica da presidente do Conselho Federal de Nutrição, Erika Carvalho, é manter a calma e pesquisar. Ela garante que dá, sim, para ter uma ceia farta, bonita e irresistível.
“A ideia é usar alimentos frescos, como frutas, verduras e legumes, que são naturalmente livres de substâncias como glúten, lactose ou outros alérgenos que podem estar restritos na alimentação de algumas pessoas. E para os pratos principais da ceia, é importante a gente sempre escolher fontes de proteínas mais magras. Por mais que a gente não pense talvez assim: ‘Ah, eu não vou comer uma fruta’. Mas a hora que chega, aquela mesa super colorida, com aquela super salada, fica irresistível”.
Inovar nas receitas
E quem sabe, seguindo a dica dela, a sua família não acabe adotando uma receita adaptada, como a mais nova queridinha do Natal. Foi o que aconteceu com a Silvia Borella. Ela disse que todo ano o pessoal por lá fica ansioso, esperando a sobremesa.
“A gente tem uma taça, uma espécie de bombom aberto, que a gente faz praticamente todo ano, que você pode fazer com leite condensado sem lactose, se a pessoa tiver problema com lactose, e tem umas camadas de creme branco feito com leite condensado, chocolate e frutas. Fica muito bonito, é a cara do Natal, todo mundo come todo ano”.
E não custa lembrar que o Natal não é só sobre comida. É sobre socializar, cuidar, compartilhar. É tempo de se voltar o olhar para o próximo. Pensar num cardápio que agrade a todos e não exclua ninguém faz parte desse processo.
Fonte: Priscilla Mazenotti – Repórter da Rádio Nacional