O Brasil contabilizou 344 mil internações em 2024 devido a doenças relacionadas ao saneamento inadequado, segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta quarta-feira (19). O levantamento aponta que 168,7 mil casos foram causados por infecções transmitidas por insetos-vetores, como a dengue, enquanto 163,8 mil ocorreram por doenças feco-orais.
Apesar do número elevado, o estudo destaca uma redução média de 3,6% ao ano nas internações desde 2008. No entanto, as regiões Centro-Oeste e Norte continuam apresentando os maiores índices, com destaque negativo para o estado do Maranhão.
A pesquisa também revela que 64,8% dos internados são pessoas negras ou pardas, evidenciando o impacto da falta de saneamento na população de menor renda. Crianças e idosos são os mais afetados, representando 20% das internações entre crianças de até 4 anos e 23,5% entre pessoas acima de 60 anos.
Além das internações, em 2023, o Brasil registrou 11.544 mortes associadas à precariedade do saneamento, sendo a maioria causada por doenças feco-orais e infecções transmitidas por insetos. O índice de mortalidade entre idosos foi expressivo, alcançando 76% dos óbitos, enquanto a taxa entre indígenas foi quatro vezes superior à média nacional.
O Instituto Trata Brasil estima que investimentos na expansão do saneamento básico poderiam reduzir em até 70% as internações no país, reforçando a urgência de medidas para ampliar o acesso a água tratada e esgoto adequado.
Redação