Deputado do PSOL anuncia greve de fome em protesto; caso segue para a CCJ e plenário
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados deu um passo firme nesta quarta-feira (9) ao aprovar, por 13 votos a cinco, o parecer que pede a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). A decisão é resultado da acusação de quebra de decoro parlamentar após o parlamentar expulsar, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro das dependências da Câmara em abril do ano passado. A cena da agressão foi registrada em vídeo.
O relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), já havia recomendado a punição máxima ao colega na semana anterior. Glauber Braga, por sua vez, alega ter reagido a provocações de Costenaro, a quem acusa de ter um histórico de comportamento provocador.
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Em uma reação imediata à decisão do Conselho de Ética, Glauber Braga anunciou que iniciará uma greve de fome e permanecerá nas dependências da Câmara até a conclusão de todo o processo. Em suas redes sociais, o deputado classificou a greve de fome como a “tática mais radical” que um militante pode adotar, utilizando-a como forma de denúncia e enfrentamento radical ao que considera uma injustiça. Logo após o anúncio de Braga, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), de 90 anos, também manifestou sua decisão de aderir à greve de fome em solidariedade ao colega.
Apesar da decisão do Conselho de Ética, o processo de cassação ainda não está finalizado. Glauber Braga terá a oportunidade de recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Além disso, a palavra final sobre a perda do mandato será dada pelo plenário da Casa, onde a cassação precisará ser ratificada para se concretizar. O Conselho de Ética possui outras opções de punição, como censura e suspensão de prerrogativas ou do mandato por até seis meses, mas a cassação é a mais severa delas.
Fonte: Redação Portal Rádio Repórter com informações da Agência Câmara de Notícias