Os Estados Unidos anunciaram tarifas de até 245% sobre produtos da China, em resposta a medidas retaliatórias adotadas por Pequim. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (15) em documento oficial da Casa Branca, que detalha as novas alíquotas aplicadas a itens específicos.
Entre as medidas, está uma tarifa de 125% como resposta direta à China, outra de 20% relacionada à crise do fentanil, além de tributos adicionais amparados na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA — instrumento que permite represálias a práticas comerciais consideradas desleais. Nessa categoria, as tarifas variam entre 7,5% e 100%, dependendo do setor.
O governo norte-americano acusa a China de adotar políticas comerciais prejudiciais em áreas estratégicas como transferência forçada de tecnologia, inovação e propriedade intelectual, com impacto direto em setores como veículos elétricos, tecnologia da informação e indústria aeroespacial.
Essa nova fase de tensões comerciais teve início em 2 de abril, quando o ex-presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 10% sobre produtos de mais de 180 países, com sobretaxas direcionadas a nações com maior déficit comercial com os EUA. A China respondeu com novas tarifas, e os EUA reagiram novamente, elevando os percentuais para 145%. Pequim, por sua vez, aumentou suas tarifas para 125%.
Apesar de Trump ter anunciado uma pausa de 90 dias nas tarifas gerais, mantendo os 10% sobre a maioria dos países, a China foi excluída da trégua. Segundo a Casa Branca, mais de 75 países iniciaram negociações nesse período — mas Pequim não procurou Washington, mantendo o embate tarifário e aprofundando o conflito entre as duas maiores economias do planeta.
Redação