Reconhecida como Patrimônio Cultural da Bahia, celebração atrai multidão e marca 95 anos de devoção no nordeste baiano
A cidade de Serrinha viveu, na noite desta quinta-feira (17), um dos momentos mais simbólicos da Semana Santa na Bahia. A tradicional Procissão do Fogaréu, que completa 95 anos em 2025, voltou a reunir milhares de fiéis e visitantes, iluminando as ruas com fé, devoção e pequenas tochas que deram o tom do espetáculo religioso. Entre os participantes estava o governador Jerônimo Rodrigues, que acompanhou a celebração e participou da Missa da Ceia do Senhor, realizada na Catedral Senhora Sant’Ana.
A celebração litúrgica, que relembra a Última Ceia de Jesus com seus discípulos, incluiu o tradicional rito do lava-pés, no qual o padre lava os pés de 12 pessoas, simbolizando o gesto de humildade de Cristo. Logo após, teve início a Procissão do Fogaréu, conduzida pelo bispo Dom Hélio Pereira, que percorreu cerca de cinco quilômetros até a Colina Santa, encenando a busca e prisão de Jesus pelos soldados romanos.
“É um longo percurso, e vai uma multidão, levando velas, aquelas tochas. É um sinal de que o povo caminha tendo à frente uma luz, e essa luz física lembra Cristo, a luz que não se apaga, a luz que é para sempre”, destacou Dom Hélio.
Um dos momentos mais marcantes da noite ficou por conta das encenações da Paixão de Cristo, realizadas pela Companhia de Teatro da Catedral, tanto na abertura quanto no encerramento da procissão. A atmosfera única da celebração — com iluminação feita apenas por tochas carregadas por fiéis, autoridades e membros da comunidade — reforça o caráter solene e emocionante da data.
Reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia desde 2019, a Procissão do Fogaréu é protegida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (Ipac) e segue como um dos mais importantes eventos do calendário do turismo religioso baiano. Além de preservar a fé, a tradição também movimenta a economia local, atraindo visitantes de toda a região.
A celebração em Serrinha mostra que, mesmo após quase um século, a chama da devoção segue acesa, guiando os passos de um povo que caminha unido pela fé.
Fonte: Redação Portal Rádio Repórter com informações de Simônica Capistrano