Na mensagem pascal, o Pontífice clama pelo fim da violência e reforça que o amor e a vida triunfam sobre o ódio e a morte
Em sua tradicional mensagem Urbi et Orbi, o Papa Francisco emocionou fiéis ao redor do mundo ao convocar líderes e povos a rejeitarem a lógica do medo e da violência, apostando em instrumentos que promovam a paz, a vida e o desenvolvimento humano. “Estas são as ‘armas’ da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte”, afirmou o Pontífice, diante de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro, no Vaticano.
A celebração da Páscoa, descrita pelo Papa como a “festa da vida”, foi marcada por um forte apelo à esperança em meio a tantos cenários de guerra e sofrimento. Francisco lembrou que a ressurreição de Cristo é o anúncio definitivo de que o amor venceu o ódio, a luz superou as trevas e o perdão triunfou sobre a vingança. “Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência. Deus criou-nos para a vida e quer que a humanidade ressurja.”
O Papa destacou ainda a dignidade de cada ser humano, desde a criança no ventre até o idoso ou o doente, condenando a cultura do descarte que marginaliza os mais frágeis. Em tom firme, denunciou a violência doméstica, o desprezo pelos migrantes e o sofrimento de civis em zonas de conflito, como Gaza, Sudão, Iêmen, Congo e Mianmar. Também expressou preocupação com o antissemitismo e a crise humanitária no Oriente Médio, pedindo especial atenção para a situação em Gaza, que classificou como “dramática e ignóbil”.
Francisco aproveitou a mensagem para condenar o armamentismo global, ressaltando que não há verdadeira paz sem desarmamento. “A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento.” Ele defendeu que os recursos atualmente destinados à guerra deveriam ser redirecionados para combater a fome e apoiar os mais necessitados.
Ao encerrar sua mensagem, o Papa renovou o apelo pela libertação de prisioneiros de guerra e presos políticos, especialmente neste ano jubilar, pedindo que o princípio da humanidade nunca deixe de guiar nossas ações. Em um gesto de carinho e proximidade, saudou os fiéis do alto do papamóvel e concedeu a bênção apostólica.
“Na Páscoa do Senhor, a morte e a vida enfrentaram-se num admirável combate, mas agora o Senhor vive para sempre. Feliz Páscoa para todos!”, concluiu.
Fonte: Redação Portal Rádio Repórter com informações Vatican News