Os motoristas por aplicativos da Bahia pedem que as empresas, principalmente a Uber e 99pop, ofereçam novos recursos para dar mais segurança aos trabalhadores durante as viagens. As reclamações vieram à tona após o assassinato do motorista e policial militar Marcos Antônio, do 99pop, na noite de sexta-feira (2). De acordo com informações da polícia, a vítima desapareceu com o veículo após levar um passageiro no bairro de Pau da Lima por volta das 23h.
A Associação de Motorista Particulares e Profissionais Autônomos do Estado da Bahia (Ampaba) emitiu nota solicitando às empresas e ao Poder Legislativo a implantação de medidas de segurança para os motoristas e usuários desse tipo de serviço. Eles elaboraram uma lista com sugestões de mudanças nas plataformas.
Seriam criadas camadas de seguranças com informações dos usuários como: CPF verificado; Foto do usuário; Comprovante de endereço; Selfie com documento de identificação pessoal; Exibir perfil do usuário com quantidade de viagens, avaliações e comentários; Exibir destino da corrida; Motorista selecionar o tipo de pagamento a ser recebido (cartão, débito, voucher, espécie); Informar corrida para titular ou terceiros.
Anderson Amorim, coordenador da Ampaba, destaca ao BNews que os motoristas estão expostos diariamente aos riscos. “A Uber não mostra o destino ao motorista. A 99pop mostra isso. É uma questão de segurança. Também gostaríamos de ter disponibilizada a foto do passageiros e que os dados fossem verificados”, afirma.
Ele também pede que o histórico do passageiro também seja mostrado aos motoristas. “Precisamos de mais camadas de segurança”, pede. “Usuários novos também não são mostrados aos motoristas. As empresas justificam que essa medida é para que os motoristas evitem pegar esses passageiros. Se as empresas avisarem aos motoristas que o cadastro é verificado, daria mais segurança”.
Procuradas pela reportagem BNews, nem a Uber e nem a 99pop se pronunciaram sobre as recomendações da Ampaba. Amorim também quer que as empresas deem maior amparo aos trabalhadores. “Para a empresa é cômodo cadastrar qualquer pessoa no aplicativo e o ônus ficar só com o motorista. A gente tem ocorrências diárias. É celular roubado, carro roubado… E o motorista fica sem renda e desamparado pela empresa. A resposta que a gente escuta deles é ‘isso é problema de segurança pública’. Quer dizer que eu sou assaltado dentro de um shopping e vão dizer que é problema de segurança pública? A empresa tem que ter sua responsabilidade nisso”.
Crime brutal
O carro do policial, que trabalhava no quartel dos aflitos, foi localizado após o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) ser acionado para combater um incêndio na Avenida 2 de julho, na Via Regional. Além disso, os seguranças da obra, próximo ao local do incêndio, informaram que ouviram gritos de socorro e disparos em seguida.
O corpo da vítima foi encontrado, nas imediações, amarrado, com marcas de disparos e corte no pescoço. Em nota, a 99 informa que está apurando o ocorrido e se encontra aberta para colaborar com as autoridades. No texto, a empresa diz que se solidariza com a família da vítima e lamenta profundamente esse e qualquer caso de violência.