Assim como os torcedores da arquibancada, o técnico Enderson Moreira deixou a Fonte Nova na noite de quarta-feira (14) satisfeito. Não foi um jogo fácil, mas o Bahia venceu o Ceará por 2×1 na 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, graças a um gol de Edigar Junio aos 47 minutos do 2º tempo. Na avaliação do treinador, o tricolor foi superior em campo e se mostrou maduro para controlar o jogo mesmo quando esteve em desvantagem no placar.
“Eu acho que a equipe do Bahia foi extremamente superior à equipe do Ceará, criou muitas oportunidades, jogou no campo do Ceará quase o jogo inteiro, proporcionou pouquíssimos contra-ataques. E mesmo com uma equipe que é muito bem montada pelo Lisca, equipe que tem uma transição muito forte, que marca muito bem, conseguimos criar situações, mesmo saindo atrás no placar, com paciência. E a gente precisa enaltecer os atletas, que se empenharam muito”, afirmou Enderson Moreira.
O Ceará foi o primeiro a balançar a rede. Logo aos sete minutos do primeiro tempo, Calyson colocou o time visitante na frente. O empate só saiu aos 43 minutos, quando Zé Rafael marcou de cabeça. O camisa 10 não acertava a pontaria desde o dia 9 de agosto, quando garantiu o empate em 1×1 contra o Cerro, pela Copa Sul-Americana.
“O Zé é um capítulo à parte. Imagina a cabeça dele, opção de compra do Palmeiras ou outro clube, e terminando o campeonato. Esse menino se dedica para poder, mesmo às vezes tecnicamente não estando no seu melhor, o que ele corre, se destaca nesse aspecto de competitividade é absurdo. E a gente tem que ter paciência para que as coisas aconteçam. Ele foi decisivo contra a Chapecoense aqui, pela jogada fantástica, passe para Élber. Hoje, novamente, ele jogou muito forte. Tanto que foi até o limite”, elogiou Enderson Moreira, logo após o jogo.
O triunfo contra o Ceará só foi comemorado aos 47 minutos do segundo tempo, quando Edigar Junio marcou de letra e deu números finais ao confronto. O atacante não balançava a rede há quase um mês. No dia 20 de outubro, ele também foi responsável pelo triunfo tricolor, só que por 1×0, diante do Botafogo, no Engenhão.
Segundo Enderson, o camisa 11 vem se superando, pois apresenta limitação física. “Edigar teve um ano difícil de lesões. Isso tirou ele da possibilidade de fazer uma boa preparação para este ano. Edigar convive com dores que não são fáceis de poder administrar. Tem uma limitação em termos de trabalho de impacto. Precisa sempre ser poupado um pouco dessas atividades. É um jogador guerreiro. Conheço ele, trabalhei com ele no sub-20 do Atlético Paranaense. Competitivo, tem uma força absurda”, revelou o treinador.
Com o resultado diante do Ceará, o Bahia soma 44 pontos e praticamente garantiu a permanência na Série A em 2019. Em 10º lugar, a equipe está no grupo dos times que garantem vaga para a Copa Sul-Americana.
O tricolor está a seis pontos do Atlético-MG, adversário do próximo sábado (17), às 20h (horário da Bahia), no estádio Independência, em Belo Horizonte. Neste momento, em 6º lugar e com 50 pontos, a equipe mineira está no limite da zona de classificação para a Libertadores.
Enderson não quis traçar uma meta para as últimas quatro rodadas do Brasileirão, mas prometeu um tricolor competitivo para até o fim do campeonato.
“A palavra que pedi a eles foi comprometimento, concentração, até a última rodada. Se a gente vai conseguir três pontos até o fim, é o máximo que a gente vai conseguir. Porque o grupo se sacrificou tanto… No finalzinho, vai até o fim. Estou cansado também, fazendo meu 61º jogo da temporada. Eu não estive aqui no começo, estava em outro clube (América-MG) e também estou com a ziguizira começando, a pressão começa a ficar alta, mas não vou relaxar, vou até a última gota. E os atletas, nosso compromisso foi claro. Independente do que acontecer, vamos fazer o melhor até a última gota”, afirmou o treinador.