Um levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), obtido pelo G1, aponta que pelo menos 285 cidades em 19 estados do Brasil devem ficar sem médicos dedicados à atenção básica em saúde na rede pública com a saída dos cubanos do programa Mais Médicos (veja lista completa no final da reportagem).
A estimativa do conselho segue os seguintes critérios:
*Considera municípios que têm apenas uma Equipe de Saúde da Família (ESF)
*A equipe precisa ser participante do Mais Médicos
*O médico dessa Equipe de Saúde era cubano
Cada equipe de Saúde da Família conta com apenas um médico, mas também tem outros profissionais de saúde — como enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Os médicos vindos de Cuba atuavam nessas equipes. Elas podem ficar responsáveis por até 4 mil habitantes.
O número de 285 cidades ainda pode ser ampliado, de acordo com o Conasems. A estimativa não considera, por exemplo, se o município tem – eventualmente – algum médico em estabelecimento da rede privada ou mesmo se a cidade tem parceria com município vizinho para assistência mútua. O levantamento retrata especificamente o total de locais que só tinham uma ESF, sendo a equipe parte do Mais Médicos e com profissional cubano no grupo.
A atenção básica é a rede de atendimento que pode ser apontada como a porta de entrada no Sistema Único de SAúde (SUS). Ela abrange prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde; e o trabalho é realizado sobretudo em unidades básicas de saúde (UBS) e espaços equivalentes.
Situação por estados
O Rio Grande do Sul é o estado com mais municípios afetados pela saída dos cubanos — são 92. Em seguida vêm São Paulo, com 49, Paraná, com 27, e Minas Gerais, com 24. O Conasems ainda não tem dados sobre o Amazonas, Amapá, Ceará, e Espírito Santo. O Distrito Federal não foi considerado no levantamento.
Rio de Janeiro e Maranhão são os únicos estados, até agora, sem nenhum município nessa situação.