Depois dos desencontros entre Casa Civil e Ministério da Economia, o mercado, segundo operadores de bancos, se acalmou com a reunião entre os ministros Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni realizada na terça-feira (8) para tratar da reforma da Previdência.
Os dois, apesar de ainda não haver uma proposta fechada, se mostraram afinados na defesa de uma reforma mais profunda e com regra de transição mais longa. Ou seja, algo que garanta mais equilíbrio para as contas públicas no médio e longo prazos.
A dúvida, porém, é se o presidente Jair Bolsonaro será convencido a aceitar uma reforma mais abrangente. Nesse caso o texto viria com uma proposta de capitalização para os novos trabalhadores, acabando com a ideia de fatiar a medida, e com uma regra de transição de longo prazo, na casa de 20 anos.
Na próxima semana, a proposta de reforma deve ser discutida com o presidente, que na primeira semana de governo deu declarações sinalizando um modelo mais brando em relação ao enviado ao Congresso pelo ex-presidente Michel Temer.
Bolsonaro chegou a dizer que iria aprovar uma idade mínima de 62 para homens e 57 para mulheres começando a valer em 2022, último ano de seu mandato. E que o próximo presidente deveria decidir se aumentava ou não esse limite de idade para aposentadoria. Falou ainda que defendia o fatiamento da medida.
Dentro do Palácio do Planalto, auxiliares diretos do presidente seguem dando sinalizações de que preferem uma reforma viável, ou seja, menos rigorosa do que a que tramita no Legislativo.
A avaliação da equipe econômica é que isso será um erro de estratégia, porque uma reforma branda não resolve o desequilíbrio das contas públicas e o governo corre o risco de não aprovar depois outras propostas para o tema.
Por Valdo Cruz- G1