Desde o início do ano um mistério tomou conta da cidade baiana de Euclides da Cunha. Com 60 mil habitantes, o município teve três ganhadores na Mega da Virada, sorteada no dia 31 de dezembro. A curiosidade tomou conta dos moradores do local, que dizem não saber quem são os novos milionários da região.
No entanto, um boato surgido logo após o sorteio, por conta de um bolão feito na cidade, que teria sido premiado, virou caso de polícia. Responsável pela aposta, o dono de uma academia de ginástica do município, Alan Cleberson, denunciou às autoridades ter sido vítima de ameaças, na última semana.
Em todo o país, 52 apostas dividiram o prêmio de R$ 302,5 milhões. Cada um dos ganhadores ficou com R$ 5.818.007,36. Euclides da Cunha foi uma das cinco cidades baianas com ganhadores no sorteio. Além do município, tiveram vencedores também Salvador (1), Feira de Santana (1), Mata de São João (1) e Valença (1). Apenas um ganhador, que fez a aposta em Euclides da Cunha, ainda não retirou o prêmio.
Também conhecido como Eron Fitness, de 39 anos, o empresário conta que a confusão começou depois que algumas das 88 pessoas com quem dividiu o jogo acreditaram que ele teria agido de má fé e ficado com o prêmio só para ele.
Na verdade, conforme Alan, o bolão acertou na quadra da Mega da Virada, que teve outros 303.857 ganhadores em todo o país. Cada um ficou com R$ 240,72, cada. O empresário disse que os participantes do bolão promovido por ele frequentam a academia da qual ele é dono.
“Todos que participaram do bolão têm as fotos dos comprovantes. Muitos conferiram e viram que nós acertamos a quadra e não a sena. Só que o pessoal fica nesse impasse dizendo: ‘Eron ganhou’. E eu não ganhei. Tenho minha consciência tranquila. Eu tenho como provar que nós não ganhamos. Espero que essas pessoas acreditem. Estou aqui para tirar qualquer dúvida”, disse o empresário.
A aposta foi feita na Lotérica Boa Sorte, de onde saiu outro dos três vencedores que acertaram as seis dezenas na cidade. O outro ganhador fez o jogo na Casa Lotérica da Praça.
Alan conta que estava fora da cidade quando o sorteio foi feito, no dia 31 de dezembro, e que ficou surpreso quando começou a receber ligações de pessoas perguntando pelo dinheiro.
As apostas foram feitas no dia 20 de dezembro. Segundo o empresário, todos os envolvidos no bolão receberam, no dia 22, fotos dos jogos. Mesmo assim, houve desconfiança.
Alan afirma que recebeu uma ligação no dia 3 de janeiro que o deixou intimidado. Com isso, o empresário procurou a Polícia Civil da cidade para fazer um boletim de ocorrência. O registro foi feito no dia 4 de janeiro.
Alan já retirou o prêmio, que, dividido pelas 88 pessoas que participaram do bolão, rendeu R$ 2,72 a cada um. O empresário disse que segue trabalhando normalmente e atendendo aos integrantes do bolão na academia.
Fonte: G1