O ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta terça-feira (29) que o governo federal não vai interferir na diretoria da Vale, empresa responsável pela barragem que se rompeu na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais. A declaração foi dada após uma reunião com o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão e com representantes de todos os ministérios.
“O que o governo tem, na Vale, é o que se chama de golden share (ação de ouro). Essa posição permite ao governo, por exemplo, manter a sede da empresa no Brasil. Agora, não permite nenhuma interferência na gestão propriamente dita. Essa é uma decisão do Conselho de Administração, então não há condição de haver qualquer grau de intervenção, até porque esta não seria uma sinalização desejável ao mercado”.
Desde o início do novo governo, os ministros se encontram todas às terças sob a coordenação de Jair Bolsonaro. Mas, como ele está se recuperando da cirurgia que fez nesta segunda-feira (28), quem coordenou este encontro foi o presidente em exercício, Hamilton Mourão.
“Nós vamos começar a olhar aquela política nacional de controle de barragens. Vamos ver quais eram as falhas para a gente tentar corrigir isto aí. Tem falhas”.
De acordo com Onyx Lorenzoni, o governo publicou, nesta terça, no Diário Oficial da União, uma resolução que determina a fiscalização de todas as barragens do País.
“Além de reforçar o apoio institucional ao governo do estado de Minas Gerais, estabeleceu-se e recomendou ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos para que todos os órgãos fiscalizadores, no âmbito do governo federal e estadual, imediatamente iniciasse uma revisão do que diz respeito a condição de segurança das barragens, começando por aquelas barragens que tem o maior risco”.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, disse também nesta terça-feira (29) que, das mais de 20 mil barragens existentes no país, o governo decidiu priorizar o mapeamento de 3.386 empreendimentos que foram classificados, de acordo com últimos relatórios do setor, com “dano potencial associado alto” ou “risco alto”.
Reportagem, Cintia Moreira