Três pessoas foram diagnosticadas com meningite por dia na Bahia na última década. De 2008 a 2018, 11.531 pessoas tiveram a doença no estado, segundo dados do Ministério da Saúde. Desse total, 1.064 morreram. Ou seja, uma a cada 100 vítimas da meningite não resistiu. A Bahia é o sétimo estado no país com mais casos registrados.
Em 2019, até o final de fevereiro, foram confirmados três casos de meningite meningocócica e três de meningite por pneumococos, com uma morte em Feira de Santana, segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). A Sesab não divulgou dados gerais de outros tipos de meningite. Em Salvador, foram 14 pessoas com diagnóstico de meningite de todos os tipos até o dia 6 de fevereiro. No mesmo período do ano passado foram 17 casos.
Apesar dos casos terem reduzido em 22% de 2017 para 2018, o número de mortes aumentou em 12,5% – foram sete casos a mais. O alerta voltou a ser ligado após um dos netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, morrer, na semana passada, com diagnóstico da doença. Para o coordenador de imunização do estado, Ramon Saavedra, não há motivo para alarde. Na capital, o Hospital Couto Maia é referência no tratamento da doença.
Bacterianas são piores
O coordenador Saavera explica que as meningites bacterianas são as que mais preocupam. Segundo ele, as virais, de forma geral, tem um curso que não é grave, acaba se restabelecendo naturalmente. Já as bacterianas, preocupam porque pode atingir a corrente sanguínea e evoluir para a morte em poucas horas, como ocorreu com o neto de Lula.
O sorogrupo C é o principal causador de doença meningocócica no Brasil, responsável por 60% dos casos da meningite. Apesar de se manifestar em todas as faixas etárias, 30% dos casos notificados no país ocorrem em crianças menores de 5 anos.
“O ideal é que, assim que identificar qualquer sintoma compatível com a meningite, procure o serviço médico. Quanto mais precoce se dá o diagnóstico, mais chances de cura e melhor para não contagiar muitas pessoas”, disse Saavedra.
Para todos os tipos de meningite, há cura. Em todos os casos, os pacientes precisam tomar medicamentos e ficar isolados em hospitais. Quem teve um contato próximo com as pessoas infectadas também recebem medicações. A confirmação da doença é realizada através de exames laboratoriais, disponíveis no SUS e que podem ser solicitados pela equipe médica em caso de suspeita.