Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Banco Central (BC), mostra que 6 em cada 10 brasileiros (59%) admitem que não estão se preparando para a hora de se aposentar. De acordo com o levantamento, apenas 41% têm se preocupado com essa fase da vida.
Entre os principais motivos citados pelos entrevistados que não fazem qualquer tipo de plano financeiro para a aposentadoria, 36% alegam não sobrar dinheiro no orçamento e 18% atribuem a ausência de um plano ao fato de estarem desempregados. Para outros 17% não vale a pena guardar o pouco dinheiro que sobra no fim do mês.
O levantamento mostra que o percentual daqueles que se preparam é maior entre homens (45,1%), trabalhadores entre 35 e 54 anos (43,2%) e das classes A e B (54,9%).
A pesquisa também identificou os meios mais comuns utilizados por aqueles que dizem estar se preparar para a aposentadoria: aplicações financeiras (42%), principalmente a previdência privada (20%), e outros ativos financeiros, como ações, títulos ou fundos (20%). Para 35%, os recursos do INSS servirão de renda e 16% dizem que dependerão de terceiros, tais como cônjuges, filhos ou outras pessoas da família. Já 37% dos pesquisados disseram que, ao se aposentar, pretendem continuar ativos no mercado de trabalho.
39% não seriam capazes de arcar com gastos imprevistos
O estudo aponta ainda que 39% não seriam capazes de arcar com gastos imprevistos, equivalentes ao seu ganho mensal, sem recorrer à ajuda de terceiros ou a um empréstimo, e 20% disseram não saber o tempo que manteriam o padrão de vida em caso de dificuldades financeiras.
Diante um problema financeiro, 47% garantem que cortariam despesas desnecessárias e 33% avaliariam quanto ganham e gastam para decidir o que fazer. Já 13% reconhecem que não saberiam por onde começar e teriam medo de encarar a verdadeira situação financeira.
A pesquisa entrevistou 804 pessoas acima de 18 anos de todas as classes sociais e ambos os gêneros nas 27 capitais.
“Estima-se que a participação da população acima de 65 anos na sociedade brasileira passe dos atuais 9% para 25% em 2060, segundo projeções do IBGE. Será cada vez mais importante começar a pensar em uma complementação ainda jovem e não apenas quando se aproxima do momento de parar de trabalhar”, afirma a economista-Chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.