O dólar sobe nesta quinta-feira (28), chegando a alcançar R$ 4 no início da sessão. Mais cedo, teve leves oscilações. Os investidores continuam de olho nas tensões políticas entre Executivo e Legislativo, e nas negociações para a reforma da Previdência.
Às 12h, a moeda norte-americana subia 0,43%, vendida a R$ 3,9724. Veja mais cotações. Logo na abertura da sessão, chegou a R$ 4,0156, cotação máxima do dia até o momento. Na mínima, caiu a R$ 3,9507.
O dólar fechou em forte alta na quarta-feira (27), subindo 2,27%, a R$ 3,9548. Foi o maior patamar de fechamento desde 1º de outubro, quando encerrou a sessão cotado a R$ 4,0174.
A tensão política que já se prolongava desde a semana passada se deteriorou de vez no fim da quarta-feira, depois que o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltaram a trocar farpas publicamente.
Em entrevista à “TV Bandeirantes” no fim da tarde, Bolsonaro disse que Maia estaria “abalado por motivos pessoais”, em possível referência à prisão do ex-ministro Moreira Franco, padrasto de sua esposa, na semana passada.
Maia rebateu, afirmando que “abalados estão os brasileiros, que estão esperando desde 1º de janeiro que o governo comece a funcionar”, acrescentando que o presidente está “brincando de presidir o Brasil”.
Atuação do BC
O Banco Central anunciou que realizará nesta quinta-feira leilão de até US$ 1 bilhão em operação de venda de moeda com compromisso de recompra, buscando colocar dinheiro novo no mercado e amenizar a pressão no dólar.
Também fará leilão de até 14,43 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de US$ 12,321 bilhões.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse ao G1 que não existe nenhuma mudança de estratégia em relação ao câmbio, que é flutuante.
“Vamos sempre fazer as intervenções visando suprir liquidez, sempre entendendo qual é o instrumento mais demandado. Não há estratégia de trocar [leilão de] linha por ‘swap’. A gente entendeu que o cupom cambial estava com comportamento disfuncional, e entendemos que o leilão de linha era apropriado. E que o ‘timing’ era apropriado para fazer isso”, afiumou.