A Bahia é o estado brasileiro de maior desigualdade na renda do trabalho, revela o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última pesquisa sobre o tema. Considerando a medida dos 10% mais ricos versus os 40% que recebem menos, o maior hiato acontece na Bahia. Os baianos no topo da pirâmide detêm cerca de 18 vezes mais renda que os 40% mais pobres.
No Brasil, os 10% mais ricos possuem 12,4 vezes mais que aqueles que compõem a base da pirâmide social. Do começo dos anos 2000 até 2015 houve redução da desigualdade da renda do trabalho no Brasil, movimento atribuído à política de valorização do salário mínimo.
Já nos anos seguintes “devido à redução dos aumentos reais de salário mínimo, à persistência da deterioração dos indicadores do mercado de trabalho e ao aumento da proporção de trabalhadores por conta própria e sem carteira de trabalho, os quais recebem remunerações inferiores”, a desigualdade cresceu aceleradamente, retrata o IBGE na Síntese de Indicadores Sociais de 2018.
Segundo a última fotografia do IBGE, a Bahia tem cerca de 6,9 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza — 44,8% da população. Ainda que não seja o estado com a maior fatia de população pobre, é o que precisa se esforçar mais para contornar o problema porque é o mais populoso em relação aos outros estados com níveis críticos de pobreza.
O número de pobres cresceu na maioria dos estados brasileiros, num total de dois milhões. No País, quase 55 milhões vivem abaixo da linha de pobreza. Houve aumento em todas as regiões, menos no Norte do País, onde estados como Amazonas, Acre e Rondônia ficaram na contramão da tendência. No Nordeste, 44,8% da população vive na pobreza – mais de 25 milhões de pessoas.
Pela linha definida pelo Banco Mundial — e adotada pelo IBGE — são considerados pobres aqueles que vivem com até US$ 5,50 por dia, o equivalente a R$ 406 por mês, segundo a cotação do período analisado. E o teto da extrema pobreza, US$ 1,90.