O ex-prefeito da cidade de Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia, Ricardo Machado (PT), foi preso pela segunda vez em cinco meses, na manhã desta terça-feira (15). Ele estava com um mandado de prisão preventiva em aberto, expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-BA), no dia 3 de maio, e ficou foragido por 12 dias.
O mandado de prisão foi cumprido depois que ele se apresentou no fórum da cidade para participar de uma audiência em que é acusado de desvio de dinheiro em contratos firmados pela prefeitura municipal.
O ex-prefeito foi um dos alvos da Operação Adsumus, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) no ano passado. Ele é suspeito de fazer parte de um esquema que desviou mais de R$ 20 milhões, entre os anos de 2013 e 2016, quando era gestor da prefeitura.
A ação da PF teve como objetivo reprimir delitos contra a administração pública, lavagem de dinheiro, licitações e contratos fraudulentos tanto na prefeitura de Santo Amaro, quanto na de Muritiba, também no recôncavo
Ricardo Machado já havia sido preso em dezembro do ano passado, mas foi solto sete dias depois, após habeas corpus, de acordo com o TJ-BA.
Sobre a segunda prisão, o advogado de Ricardo, Gamil Fopel, informou, por meio de nota, que o TJ-BA expediu um mandado de prisão ilegal e que já recorreu da decisão. Disse que o cliente se apresentou espontaneamente e que já entrou com novo pedido de habeas corpus.
O ex-prefeito foi alvo de um dos oito mandados de condução coercitiva da 5ª fase da Operação Adsumus, em julho do ano passado. Na época, ele se apresentou na sede da Polícia Federal (PF), e optou por exercer o direito ao silêncio em todas as perguntas feitas pela polícia e pelos promotores de Justiça. Ele foi preso na 6ª fase da operação.
Além de Ricardo Machado, outros integrantes do alto escalão da antiga gestão, que ficou à frente do executivo municipal durante oito anos, foram alvo da PF e MP. Por conta dos desvios, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 38 milhões de todos os envolvidos, valor que engloba dinheiro, imóveis e veículos.
A investigação apurou que o esquema ilícito funcionava por meio de três núcleos empresariais que recebiam da prefeitura de Santo Amaro valores para realizar obras públicas, fornecer material de construção e alugar maquinário. Entretanto, a PF diz que foi constatado que parte das obras contratadas era realizada por servidores da própria prefeitura, que assim absorviam parte dos custos e possibilitavam o desvio do dinheiro.
Também foi constatada nas investigações, para além das empresas responsáveis por obras, a participação de empresários de postos de gasolina e da área de entretenimento no esquema. Inclusive, segundo o MP-BA, a atual fase da Operação Adsumus partiu da delação premiada de um desses empresários.
Os envolvidos respondem por crimes de fraude de licitações, superfaturamento, desvios de valores, pagamento de propina em corrupções ativa e passiva, participação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Fonte: G1 Bahia