Em sua primeira visita ao Nordeste desde que foi eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) participou, nesta quinta-feira (23) no Recife, de uma reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Também participaram do encontro os ministros de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, e de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, além de dez governadores.
Estavam presentes na reunião, realizada no Instituto Ricardo Brennand (IRB), os governadores Paulo Câmara (PE), Camilo Santana (CE), Fátima Bezerra (RN), Rui Costa (BA), Wellington Dias (PI), Renan Filho (AL), João Azevedo (PB), Flávio Dino (MA), Belivaldo Chagas (SE) e Romeu Zema (MG).
Na ocasião, o superintendente da Sudene, Mário Gordilho, pediu a ajuda dos governadores presentes para a criação do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste. “Queremos intervir de forma inteligente sobre a região, aplicando olhar de enfrentamento das fragilidades para reposicionar o desenvolvimento do Nordeste”, afirmou.
Antes da reunião com o Conselho Deliberativo da Sudene (Condel), Bolsonaro assistiu a uma apresentação da Orquestra Criança Cidadã na Pinacoteca do IRB. O espaço, inaugurado em 2002, abrange um complexo de edificações, como o Museu Castelo São João (com 3 mil exemplares de armas brancas da coleção particular de Ricardo Brennand), pinacoteca, biblioteca, auditório, Jardins das Esculturas e uma galeria para exposições temporárias e eventos.
Pedido de ajuda
Durante a reunião no Recife, o presidente pediu ajuda dos governadores do Nordeste para a aprovação da reforma da Previdência, “sem a qual não poderíamos colocar em prática o que estamos falamos aqui”. Na abertura do evento, foi discutida a necessidade de criar estratégias para o fortalecimento econômico da região.
“Faço um apelo aos senhores governadores do Nordeste. Nós temos um desafio pela frente que não é meu, é também dos senhores governadores e senhores prefeitos, independentemente da questão partidária: é a questão da reforma da Previdência, sem a qual não podemos sonhar em botar em prática parte do que estamos acertando aqui neste momento. Faz justiça a reforma da Previdência, que cobra menos de quem tem menos e mais de quem tem mais”, afirmou.
Ainda sobre o tema, Bolsonaro declara que possíveis alterações a serem feitas pelo parlamento são legítimas. “Nós gostaríamos que nada fosse alterado, mas se for alterado, é mais do que um direito, é legítimo do parlamento fazer as alterações. Possamos então sonhar com uma economia que rode a máquina e que através dela venhamos a ter recursos, até de fora do Brasil, para colocar o Brasil no rumo do verdadeiro desenvolvimento”, declarou.
Após o evento, o presidente comentou as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre uma possível saída do ministério caso a reforma da Previdência não seja aprovada.
Bolsonaro afirmou que ninguém é obrigado a continuar como ministro, em referência à declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a possibilidade de saída do ministério se não for aprovada a reforma da Previdência pretendida pelo governo.
Em entrevista à revista “Veja”, Guedes afirmou que vai “embora para casa” se perceber que a reforma não será aprovada.