Com a divulgação de conversas do ministro Sergio Moro com o procurador Deltan Dallagnol, membros do Poder Judiciário avaliam que as chances de uma indicação do primeiro ao Supremo Tribunal Federal (STF) são próximas de zero. Na véspera da publicação da reportagem do Intercept Brasil, ministros da Corte já sabiam que haveria uma espécie de “Wikileaks de Curitiba”, mas não faziam ideia do potencial das revelações.
A imagem do ministro foi abalada porque em suas conversas com o procurador do Ministério Público Federal (MPF), quando ainda era o juiz relator da Operação Lava Jato, é possível ver que ambos cruzaram a distância esperada entre julgador e acusação em meio aos processos. Moro dá dicas e Dallagnol, discute a atuação do MPF e chega até a antecipar pelo menos uma decisão.
Dessa forma, de acordo com a publicação, integrantes do STF acreditam que o conteúdo abre margem para que a atuação de Moro enquanto juiz seja questionada. Um pedido de suspeição contra ele foi rejeitado pelo ministro Edson Fachin no passado, mas ainda está sob análise da Segunda Turma – o ministro Gilmar Mendes pediu vista.