O dono da empresa de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, foi solto na noite de sexta-feira (18) pela Justiça de São Paulo após ficar oito dias preso por fraude fiscal. A informação é do Jornal da Globo.
Codonho havia sido preso no último dia 10 pela Polícia Militar (PM) em sua casa na Granja Viana, em Cotia, na Grande São Paulo. O Ministério Público (MP) acusa a companhia dele de fraude fiscal estruturada, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Promotoria, a Dolly, comandada por Codonho, demitiu funcionários e os recontratou em outra companhia para fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo as investigações, o dinheiro desviado nos últimos 20 anos com a fraude é estimado em R$ 4 bilhões.
A equipe de promotores explicou que a empresa Dolly é “uma das maiores devedoras de impostos do estado de São Paulo”, e que o esquema começou em 1998.
Codonho estava preso temporariamente no 77º DP (Distrito Policial), Santa Cecília. Na semana passada, quando chegou à delegacia, ele se defendeu, dizendo que estava sendo detido devido a uma perseguição da Coca-Cola e que a empresa que estariam investigando não pertence a ele.
‘Coca-Cola’
Naquela ocasião, o dono da Dolly segurava um papel com os dizeres: “Preso pela Coca-Cola”. Ao G1, a empresa de refrigerantes, concorrente da Dolly, respondeu que “não comenta processos judiciais em que não esteja envolvida”.
Além de Codonho, a Justiça também soltou o ex-gerente financeiro da empresa, César Requena Mazzi. Os dois deixaram o DP, na noite de sexta, sem falar com a imprensa.
O dono da Dolly terá agora de se apresentar todo mês à Justiça e não poderá falar com os outros investigados. Além disso, será obrigado a ficar em casa à noite nos finais de semana.
O ex-contador da Dolly, Rogério Raucci, que foi preso na semana passada, já havia sido solto no último dia 14, segundo sua defesa.
Carros e helicópteros
Na operação que prendeu Codonho na semana passada, também foram apreendidos dois helicópteros em São Bernardo do Campo, e quatro carros de luxo, em Cotia. Os PMs também encontraram e apreenderam dinheiro em espécie, incluindo notas de real, dólar americano, euro e libra esterlina, na mansão do dono da Dolly – o valor total não foi divulgado.
A operação envolveu o Gedec (grupo especial do Ministério Público paulista para combate à formação de cartel e lavagem de dinheiro), a Procuradoria-Geral do Estado e a PM.
A advogada que defende Codonho, Maria Elizabeth Queijo, afirmou naquela ocasião que não iria se manifestar imediatamente pois não teve acesso aos autos. As defesas dos outros acusados também não quiseram se manifestar.
Em nota, a Dolly classificou de “injusta” a prisão do empresário detentor da marca. “Laerte Codonho sempre colaborou com as autoridades, e tem certeza que provará sua inocência. A defesa recorrerá da decisão e confia na Justiça”, diz o texto.
Fonte: G1