O PT anunciou neste domingo, 11, que vai protocolar uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e investigadores da Polícia Federal responsáveis pela apuração na qual um preso do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi flagrado em uma escuta telefônica dizendo que a facção criminosa mantinha “diálogo” com o partido. A PF está submetida à pasta comandada por Moro.
Desde que o conteúdo do documento veio a público, o PT afirma se tratar de uma armação “forjada” contra a sigla, e que “vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas”.
Em nota publicada em seu site, o partido cita uma entrevista concedida ao UOL pelo promotor Lincoln Gakiya, responsável pelas maiores investigações sobre o PCC, na qual ele afirmou que “não há nenhum indicativo de negociação do governo PT com o PCC”. Gakiya também disse que o preso que aparece no grampo telefônico não integra a cúpula da facção.
Os grampos constam em relatório da Operação Cravada, que desmantelou um núcleo financeiro do PCC que agia de dentro de presídios do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. No relatório, a PF reforça que “foram encontrados indicativos de vínculos da organização criminosa PCC com partidos políticos”, mas que neste momento essas informação não são objeto central da investigação.
Uma escuta telefônica, datada de abril deste ano, mostra dois presos conversando pelo celular sobre a transferência de 22 membros da cúpula da facção para o sistema penitenciário federal realizada em fevereiro deste ano numa ação conjunta entre o governo de São Paulo e o Ministério da Justiça. De dentro da cadeia, Alexsandro Pereira, conhecido como Elias, se queixa do papel de Sergio Moro na remoção dos líderes, que estavam presos em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.
Além da notícia crime ao STF, o PT vai impetrar uma representação eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro por “propaganda negativa extemporânea”. Bolsonaro publicou em sua conta no Twitter uma reportagem da RecordTV sobre o relatório da Operação Cravada e escreveu que “dessa vez um líder da facção criminosa PCC revela sentir falta do ‘diálogo cabuloso’ que tinha com o governo na era PT”