Em meio a uma grave crise financeira, com um rombo de R$ 3 bilhões em suas contas, e com a possibilidade de enfrentar um processo de privatização em breve, os Correios preparam um pacote de cortes internos com o objetivo de economizar aproximadamente R$ 400 milhões ainda neste ano. Entre as medidas apresentadas pelos gestores da estatal, estão o rompimento do convênio que fornece os veículos Toyota Corolla para os diretores da empresa e a reformulação do pagamento às franquias da estatal.
A empresa paga R$ 832 mil por ano para ter à disposição do presidente e de cinco diretores, conhecidos internamente como a “diretoria-executiva”, os veículos com motoristas. A empresa que fornece o serviço chama-se Transcop e tem a sua sede em Minas Gerais. O contrato está em vigor desde 2016.
Os contatos entre os Correios e a empresa já tiveram início. Procurada, a Transcop disse que preferia não se manifestar. Já a assessoria de imprensa dos Correios informou que foi extinto o uso de carros reservados para a diretoria da empresa.
Um dos pontos que podem causar polêmica no plano de economia é a alteração no pagamento de reembolso das franqueadas espalhadas pelo país. O formato final, entretanto, ainda não está definido.
Correios chineses
Outra ação que a cúpula dos Correios decidiu tomar é a revisão do ciclo de pagamentos e recebimentos da empresa. O objetivo é renegociar condições de contratos de fornecedores e estabelecer ciclos de faturamento menores para garantir maior fluxo de caixa.
Além disso, a empresa vai tentar antecipar o recebimento dos valores devidos pelo correio chinês (China Post) à estatal, que, segundo fontes da empresa, beira os US$ 60 milhões, aproximadamente R$ 240 milhões. Esse valor, segundo explicam gestores da companhia, é referente à remuneração paga por operadores postais estrangeiros por tratamento e entrega de encomendas internacionais fora de seu território.
Outra possibilidade que está sendo analisada é como utilizar a malha de transporte da empresa para rentabilizar as linhas de retorno. Outra medida em andamento é a revisão do portfólio de produtos e serviços dos Correios, priorizando aqueles com maior demanda no mercado. Não está descartado, até o momento, o encerramento de operações consideradas menos rentáveis.