Considerado fundamental para detectar diversas enfermidades na vida do bebê, o teste do pezinho tem sido deixado de lado por alguns pais. Segundo a diretora média da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae Salvador), Helena Pimentel, a procura pelo exame caiu em 20% na primeira semana do ano na Bahia, se comparado com o mesmo período de 2019.
Os números deixaram a associação em alerta. Segundo Helena, no ano passado, nos primeiros setes dias úteis, foram realizados 3.760 testes. Este ano, apenas 3.014 pais compareceram às unidades, o que representa uma redução de 746 recém-nascidos, com relação ao mesmo período. A coleta do teste do pezinho pode ser realizada pelo SUS em um dos 4 mil postos de saúde distribuídos em Salvador e em todos os municípios do Estado da Bahia ou na Apae Salvador (Alameda Verona, 32 – Pituba).
Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o teste do pezinho deve ser realizado entre o 3º e 5º dia de vida do bebê, sempre após 48h da primeira alimentação. Ainda segundo a pasta, os recém-nascidos que passarem do prazo não estão impedidos de passar pelo exame, mas que é importante que ele seja feito o mais cedo possível para que o tratamento, caso necessário, seja iniciado de imediato.
“Alertamos para a necessidade de as famílias levarem os bebês aos postos de coleta. O exame é fundamental para detectar e, como consequência, prevenir e tratar doenças”, afirma Helena, acrescentando que a Apae Salvador é credenciada pelo Ministério da Saúde como o único Serviço de Referência em Triagem Neonatal na Bahia.
Doenças
A maioria das doenças investigadas pelo teste do pezinho não apresentam sintomas no primeiro mês de vida e podem levar a criança a ter deficiência mental ou sofrer com graves problemas de saúde. Se tratadas a tempo, as enfermidades dificilmente deixarão sequelas, segundo destaca a diretora médica da Apae Salvador.
O teste do pezinho, feito por meio do SUS, permite detectar doenças como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e aminoacidopatias, além de doenças falciformes e outras hemoglobinopatias. Na Apae Salvador, há ainda a ampliação de cobertura para outras doenças, por meio de atendimento particular e convênios.
O teste é simples. Após realizar a coleta de sangue, é feito um laudo com os resultados, que é a garantia da realização adequada do exame. “Muitas pessoas não se preocupam em pegar os resultados porque acham que, se alguma doença for diagnosticada, a Apae entrará em contato. Nós entramos em contato, mas se por algum motivo a amostra de sangue estiver inadequada ou não chegar à Apae, os exames laboratoriais não serão realizados. O resultado dos exames fecha o ciclo do programa e é sempre necessário mostrar o resultado ao pediatra ou à enfermeira do posto”, reforça.
Fonte: Correio24horas