É bem maior o número de pessoas que andam pelo centro de Feira de Santana com a boca e nariz cobertos por máscara de pano – principalmente as artesanais, do que aquelas que ainda não estão usando o item na prevenção contra a Convid-19.
O uso da máscara é obrigatório, por sintomáticos ou não. Pelo ritmo das adesões, não vai demorar muito para que as pessoas – pelo menos as mais sensatas, que ainda não colocaram o acessório se sintam constrangidas ao andar pelas ruas sem ele.
Lojas e supermercados condicionam o acesso dos clientes ao uso da máscara. O seu uso também está sendo obrigatório nos ônibus. A barreira mecânica carrega no seu bojo o velho e eficiente ditado popular: é melhor prevenir.
Na confecção são usados vários tecidos, como tricoline, TNT, sarja, algodão – este o mais adequado. E as cores são mais as mais variadas. As coloridas estão tomando o lugar das brancas, tipo cirúrgica. São pretas, amarelas, verdes, estampadas, Virou moda ao meio da pandemia.
O diferente, agora, é não usar a máscara. As artesanais ganharam espaço nas bancas dos camelôs. E caíram no gosto dos consumidores por serem reaproveitáveis, ao contrário das cirúrgicas, que tem vida útil de algumas horas, apenas.
As máscaras artesanais, que devem ter camada dupla, são eficazes na captura das gotículas carregadas de partículas virais, que é a principal via de transmissão do coronavírus – a barreira levantada pelo tecido é cinco vezes maior do que nenhuma proteção, dizem especialistas.
Jamile da Silva (foto) define estas barreiras mecânicas como fundamentais na prevenção da doença, mesmo sabendo que ela sozinha – sem as medidas higiênicas, não garante que a pessoa está livre do coronavírus. “O seu uso é necessário”.
Também é grande o número de camelôs que oferecem o produto pelas ruas de Feira de Santana – os preços variam de R$ 2 a R$ 5. Camila Rodrigues (foto) passou a vender máscaras depois de ver as encomendas de costuras caírem no ateliê mantido por sua família.
Aderiram a palavra do momento, quando o assunto é comércio: reinventar-se. “Para não ficarmos totalmente paradas, mudamos o foco e passamos a produzir máscaras. Mas o mercado está muito concorrido e, como consequência, as vendas não estão como alguns dias atrás”.
Entre os comerciantes de rua, os vendedores de frutas, principalmente aqueles que usam carrinhos de mão, são os que mais resistem ao uso da máscara. Todos abordados evitaram falar por que não aderiram à barreira mecânica. Sei lá foi a resposta mais comum.