A Bahia perdeu mais de 32 mil postos de trabalho com carteira assinada em abril. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 23.170 pessoas foram admitidas no estado no último mês, enquanto 55.652 trabalhadores foram desligados. O saldo negativo é de 32.482, o maior na região Nordeste, que registrou no período o fechamento de mais de 126 mil postos de trabalho.
Com exceção dos serviços domésticos, todos os outros segmentos contabilizaram saldos negativos no estado em abril. O comércio teve a maior taxa de demissões, com o encerramento de 9.582 postos, seguido por alojamento e alimentação (-7.362 postos) e construção (-5.585 postos).
Somente na Região Metropolitana de Salvador (RMS), foram fechados 16.611 postos de trabalho, número maior do que no mesmo período de 2019, quando foram registradas 15.871 demissões. Salvador concentra o maior número de desligamentos, com o encerramento de 10.401 vagas no último mês. A capital baiana totaliza 13 mil demissões no ano de 2020.
Os números do Caged são os primeiros a trazer o retrato do impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho brasileiro. A pandemia foi decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março. Na Bahia, o primeiro caso foi notificado no dia 6 de março, com a primeira morte ocorrendo no dia 29 do mesmo mês.
Com a pandemia, o governo do estado e prefeituras de diversos municípios, como Salvador, anunciaram medidas que impactaram no comércio. Shoppings foram impedidos de abrir as portas na capital baiana, assim como academias de ginástica, cinemas e teatros. Apenas atividades comerciais, como mercados e farmácias, funcionaram durante a pandemia.
No ano, o Caged aponta um saldo negativo de 37 mil postos de trabalho na Bahia. Desde janeiro, foram admitidos mais de 172 mil trabalhadores no estado, enquanto houve registro de mais de 210 mil demissões no quadrimestre. Na região Nordeste, o quadro é inferior apenas ao de Pernambuco, que teve o fechamento de 53 mil vagas.
G1 Bahia