O Ministério da Educação informou que o novo titula da pasta, Carlos Alberto Decotelli da Silva, vai revisar sua dissertação de mestrado apresentada à Fundação Getúlio Vargas (FGV), que lhe garantiu o título de mestre. Na nota, o ministro diz que não houve dolo, mas eventuais “falhas técnicas ou metodológica”.
Já a FGV informou que vai apurar suposto plágio na dissertação de mestrado . Decotelli apresentou sua dissertação à instituição em 2008. O texto tem trechos idênticos a trabalhos anteriores.
A controvérsia começou quando o professor do Insper Thomas Conti disse no Twitter que havia encontrado “muitos indícios de plágio” no trabalho de Decotelli. Ele comparava a dissertação com 1 documento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Também disse ter encontrado trechos de outro artigo.
Na nota divulgada pelo MEC, o ministro refuta “as alegações de dolo, informa que o trabalho foi aprovado pela instituição de ensino e que procurou creditar todos os pesquisadores e autores que serviram de referência e cujo conhecimento contribuiu sobremaneira para enriquecer seu trabalho”.
E segue: “O ministro destaca que, caso tenha cometido quaisquer omissões, estas se deveram a falhas técnicas ou metodológicas. Informa também que, ainda assim, por respeito ao direito intelectual dos autores e pesquisadores citados, revisará seu trabalho e que, caso sejam identificadas omissões, procurará viabilizar junto à FGV uma solução para promover as devidas correções.”
As postagens de Thomas Conti, ocorreram horas depois de Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, negar que Decoletti tenha concluído seu doutorado, como constava em seu currículo Lattes. Nas publicações divulgadas, há as impressões dos exercícios de defesa de mestrado do ministro da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, que são idênticos aos registros do relatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Banrisul.
O MEC confirmou ainda a alteração no currículo Lattes do ministro após declaração do reitor da Universidade Nacional de Rosário, Franco Bartolacci, de que Decotelli não havia conseguido o título de doutor. Segundo informa que o Ministério da Educação, ao final do curso, ele apresentou uma tese de doutorado que, após avaliação preliminar pela banca designada, não teve sua defesa autorizada, tendo, portanto, que alterar a tese e submetê-la novamente à banca.
“Fruto de compromissos no Brasil e, principalmente, do esgotamento dos recursos financeiros pessoais, o ministro viu-se compelido a tomar a difícil decisão de regressar ao país sem o título de Doutor em Administração”, informou a nota do MEC.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou Decotelli como ministro da Educação depois da demissão de Abraham Weintraub. No anúncio, feito no Facebook, Bolsonaro destacou o currículo acadêmico do novo chefe do MEC.
Fonte: A Tarde Reprodução