A deputada federal Dayane Pimentel (PSL) acusou o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) de se apossar de pautas defendidas por ela para tentar viabilizar seu governo. Em entrevista hoje (30), na Rádio Metrópole, ela comentou o rompimento com a família do presidente, ocorrido após discussões internas no PSL.
“A minha aproximação com a figura do presidente Bolsonaro se faz a partir do meu ‘apoiamento’ a algumas pautas de governo que considero fundamentais e benéficas em nossa sociedade. Não tenho como dizer que será eterno, mas posso dizer que estou numa situação muito confortável nesse momento em poder ser independente e lutar pelo que acredito, sem ter que obedecer às decisões unilaterais de um presidente que se mostrou totalmente contrário a aquilo que trouxe na campanha. Considero um fato do passado porque eu tenho agora uma carreira política para administrar. Tenho minhas pautas conservadoras no âmbito moral e liberais no âmbito econômico para poder liberar”, afirmou a deputada.
“Esse rompimento fica no passado, exatamente como nossa relação outra hora foi. Foi uma ajuda mútua. Realmente colaborei bastante, não apenas a nível Bahia. Bolsonaro se utilizou de discursos meus para poder mostrar ao Brasil que, naquele momento, a gente precisava ter uma musculatura eleitoral em torno dele. Ele era quem mostrava que poderia representar nossos anseios”, acrescentou a deputada.
Questionada por pelo apresentador Mário Kertész sobre a aproximação do presidente com o Centrão, ela declarou que Bolsonaro descumpriu a promessa feita em campanha sobre o combate ao aparelhamento de empresas estatais e órgãos do governo. “Fazer alianças e articulação não é errado. Errado é o que se entrega a partir dessas alianças e articulações. Bolsonaro se elegeu prometendo desaparelhar ideologicamente nossos órgãos federais. Obviamente que eu não estou dizendo que tem que pegar o profissional bom, técnico, substituí-lo porque ele pensa mais à esquerda. Não é isso. Desaparelhar é tirar das mãos dos grandes líderes políticos, muitos deles investigados e até condenados, a administrabilidade de orçamentos bilionários”, disse.
Dayane apontou a relação de Bolsonaro com o senador Ciro Nogueira, líder do PP pelo Piauí. O partido faz parte do bloco e passou a apoiar o presidente no Congresso. “Ciro Nogueira pediu voto para Haddad na última eleição e gritou Lula Livre. Ele está no direito dele, é o que ele acredita e tem que defender. O que me choca é entender que conquistamos um governo que era para ser de direita e está abrindo espaço para esquerdistas que estão sob o julgo da Justiça. Bolsonaro se uniu ao Centrão em detrimento daquelas pessoas que eram fieis e leais a ele, buscando, o que tudo indica e leva a crer, por conta dos fatos de justiça que estão acerca dos seus filhos e sua família”, acusou a deputada.
Fonte Metro1