Desde o início da pandemia da Covid-19, as quatro universidades estaduais baianas colocaram a mão na massa para aplicar estudos acadêmicos na luta contra a doença. Entre diversos trabalhos voluntários e produção de insumos voltados para diminuir danos aos profissionais de saúde que atuam na linha de frente, o mapeamento dos dados destaca-se como uma das frentes de produção acadêmica, em meio ao período no qual informação é de vital importância para o combate à pandemia.
Universidades como a do Estado da Bahia (Uneb), do Sudoeste da Bahia (Uesb), de Feira de Santana (Uefs) e de Santa Cruz (Uesc) se mobilizaram para contabilizar a quantidade de pessoas infectadas e mortas pelo novo coronavírus, nas suas regiões. Esses dados auxiliam na resolução de medidas e criação de políticas públicas que são essenciais para diminuir os índices de contágio. A Uesb, por exemplo, contabiliza cerca de 10,000 casos acumulados na região de Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista.
Segundo o professor Carlos Bernard, da Uesb, dentre as ações institucionais que visam contribuir nas tomadas de decisões dos gestores municipais e da população em geral está a publicação semanal do Boletim Informativo Especial #UesbContraACovid19. “Esse boletim é uma iniciativa do Conselho de Campus da Uesb (Itapetinga) que, em síntese, apresenta informações técnicas e imparciais, esclarecendo dúvidas sobre os dados epidemiológicos, conceitos gerais e projeções de cenários, contribuindo para uma visão consciente da atual situação da pandemia” explicou.
Amândio Barbosa, professor da Uneb de Valença, desenvolve, junto a outros parceiros, um observatório social que a princípio vai focar em pesquisas sobre a Covid-19 e seus impactos, além de um grupo de pesquisa para análises das informações que são tabuadas por representantes do Território. “A princípio iremos focar em pesquisas sobre a doença e suas consequências, mas estamos convidando representantes de outras instituições como Ifba e um representante do Observatório Social da Covid-19 da UFRB, de quem estamos utilizando os mapas de monitoramento também”, disse.
O professor da Uesc, Gesil Amarante, afirma que o trabalho realizado deve valer para a pesquisa de outras instituições, pois alguns dados detectados resultam em uma discussão com panorama a nível estadual. “Somos uma equipe voluntária de docentes de diferentes áreas que se dispuseram a organizar todas as semanas um informe epidemiológico para as cidades da região. Esse grupo tem uma representante do comitê de crise institucional, que supervisiona todas as edições. Trocamos informações e impressões todos os dias e definimos os padrões mais viáveis e as cidades de destaque. Todas as quintas-feiras nos reunimos, virtualmente, e, com base nos dados disponíveis até o dia anterior, construímos os slides que compõem os informativos”, disse ao reiterar que frequentemente o grupo se depara com fatos interessantes, intrigantes ou mesmo dificuldades importantes na evolução da pandemia na região. “Como somos de áreas distintas, isso é ainda mais enriquecedor”.
Washington Rocha, que é professor da Uefs e superintendente de Desenvolvimento Científico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), destaca o trabalho da universidade, através de uma plataforma chamada Geocovid, que foi desenvolvida em parceria com a Secti. “O Portal Geocovid-19 completou 4 meses no dia 31 de julho e se consolida como um dos portais mais citados no Brasil para monitoramento e projeção de cenários sobre a propagação da doença no país. Além disso, já faz parte da rotina diária dos gestores e analistas de saúde, a exemplo do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, que acompanha os dados e projeções diárias do portal e os utiliza nas recomendações e boletins produzidos”, finaliza.
Fonte: Ascom/ Secti