O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos na Bahia (Sincotelba) vai manter efetivo de 30% para atender serviços essenciais na Bahia. A categoria está em greve, decidida pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT).
A categoria se reuniu em assembleia na noite de segunda-feira (17), em Salvador, e optou pela paralisação, que não tem previsão de terminar. Com isso, apenas para serviços essenciais são realizados nas agências dos Correios e nos centros de distribuição de encomendas.
Ao G1, o diretor de Comunicação do sindicato, André Aguiar, informou que 30% do efetivo segue trabalhando para não paralisar os atendimentos e entregas desses serviços. Ele detalhou ainda que são considerados serviços essenciais aos Correios: remédios, Sedex, telegramas, vacinas, materiais biológicos, etc.
Os funcionários decidiram pela greve em oposição às propostas de privatização da estatal, e também alegam que há negligência com a saúde dos trabalhadores na pandemia. Eles informaram ainda que os Correios retirou cláusulas contratuais que previam alguns direitos.
Entre as cláusulas estão o 30% do adicional de risco, a suspensão de tíquetes nos dias efetivamente não trabalhados (como férias, afastado pelo INSS e diminuição do mês). Além disso, eles pedem também a volta dos auxílios especiais e de babá ou creche.
Em nota, os Correios afirmam que “não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados”.
A empresa ainda ressaltou que possui um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
Os Correios acrescentaram que desde o início das negociações com as entidades sindicais, tiveram o objetivo de cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
“A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais”. A empresa afirma que as reivindicações da categoria custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão, dez vezes o lucro obtido em 2019. “Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”, afirma a empresa.
“Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos”, finaliza a nota.
Fonte G1/BA