Durante o jogo do Brasil contra o Paraguai, na última terça-feira (8), a equipe de transmissão da TV Globo divulgou a Eurocopa, que será disputada de 11 de junho a 11 de julho em onze cidades de países diferentes no continente europeu.
O narrador Galvão Bueno não deu atenção, entretanto, à competição continental que o próprio Brasil disputa: a Copa América, que acontece aqui no país.
Esta competição desta vez não está com a Globo: a exclusividade é do SBT, emissora de Silvio Santos, genro do ministro das comunicações Fábio Faria, do governo Bolsonaro.
A falta de informações explicitas sobre a Copa América, que tanto foi criticada por figuras proeminentes na emissora como os narradores Galvão Bueno e Luis Roberto – que disse que a competição era um “tapa na cara dos brasileiros”, alimenta a discussão sobre a escolha desta crítica e a hipocrisia, apontada por comentaristas esportivos, políticos e internautas nas redes sociais. Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente, comentou ironicamente:
“Mas o sujeito segue transmitindo normalmente campeonato estadual, Brasileirão, Copa do Brasil etc. E nunca reclamou. Será que ficou bravinho porque a Globo perdeu recentemente a Copa América para o SBT?”
Já Mauro Beting, comentarista esportivo do SBT, se pronunciou em prol da realização da Copa América. “Se era para ter competição, o Brasil era o país que melhor, em todos os sentidos, estaria propenso a aceitar, a conseguir fazer uma competição em tão pouco tempo como é esta, uma competição deste tamanho, recebendo nove delegações estrangeiras, imprensa, outros profissionais”, disse o jornalista.
O jornalista Nelson de Sá, da Folha de SP, também analisou o embate: “Galvão Bueno lamentava, no Bem Amigos!, que ‘o que era para ser um evento esportivo começa a parecer um confronto político’. Mas não se trata só do poder dos governos brasileiro e argentino ou do governo e da oposição no Brasil. É um confronto entre as duas redes.”
A seleção canarinho abre a primeira rodada da Copa América contra a Venezuela neste domingo (13).
Fonte Metro1