Quase dois anos depois de entrar em atrito público e deixar o PSL, partido pelo qual se elegeu presidente da República, Jair Bolsonaro tenta acertar sua volta ao PP, sigla que lidera o centrão e por meio da qual ele iniciou sua carreira política, informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Nesses quase 24 meses, o presidente e seus aliados fracassaram na tentativa de criar do zero uma legenda, a Aliança pelo Brasil, e foram estopim de rachas internos em partidos com os quais negociaram ingresso. Segundo dirigentes do PP, basta Bolsonaro bater o martelo para se filiar.
O centrão, outrora execrado por Bolsonaro e seus aliados, é hoje a base de sustentação política do governo no Congresso. Na linha de frente dessa aliança estão o presidente do PP e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL).
Atualmente, calculam integrantes da cúpula do PP, 90% dos diretórios estaduais da sigla concordam em receber Bolsonaro. A maior resistência está no Nordeste, principalmente na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia. Mesmo assim, segundo Ciro Nogueira relatou em conversas reservadas, isso não é mais um entrave.
O próprio Lira, que temia que a entrada de Bolsonaro pudesse atrapalhar sua tentativa de reeleição no comando dos deputados em 2022, já aceitou a migração do presidente.
Em troca da filiação, Bolsonaro teria o direito de escolher os candidatos ao Senado de estados considerados chave, como mostrou a Folha nesta semana.
Além de comandar a Câmara, o PP tem a quarta maior bancada da Casa, com 42 deputados. Também tem a quarta maior bancada do Senado, com 7 parlamentares.
Antes de avançar nas conversas com o PP, porém, Bolsonaro e seus articuladores negociaram o ingresso em várias outras legendas, como os nanicos PRTB e Patriota, e o PTB de Roberto Jefferson, hoje preso no bojo das investigações sobre suposta organização criminosa digital voltada a atacar as instituições e a democracia.
Fonte Metro1