Olhar ao redor e ver-se no espelho, ver o outro, a literatura, os espaços, o passado, o presente e o futuro. E assim, finalmente, se reconhecer e conhecer a história de quem está ali. Com o de intuito de valorizar as raízes, a autoestima e a produção negra, diversas escolas da Educação Municipal promovem esta semana atividades em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado neste sábado, 20.
Na Escola Municipal Dr. Antonio de Freitas Borja, localizada no distrito de Maria Quitéria, os ambientes foram todos decorados com a temática: “A África que mora em mim”. Inclusive, os estudantes colocaram a mão na massa para construir painéis sobre o tema.
Além disso, a unidade de ensino promoveu rodas de conversa, contação de histórias africanas e também estimulou o estudo e o debate a partir de textos sobre o racismo e o preconceito.
Todos os colaboradores da escola se engajaram na causa, incluindo Edileuza Lima, que trabalha no apoio. Quando viu a decoração e a programação a funcionária logo se identificou: tirou fotos, saiu ‘de sala em sala’ para conversar com os estudantes e falou sobre sua vivência e a importância da aceitação dos cabelos crespos e cacheados.
“Temos uma grande diversidade de crianças em nossa escola. E ali pode ter alguma que não se aceita, não entende a beleza do seu black, da sua cor. Precisamos dar valor a nossa negritude, então, quis passar para eles o que penso: que elas são lindas, inteligentes e podem ser o que quiser”, argumenta Edileuza.
A diretora da escola, Cristine Cardim, contou que essas ações são trabalhadas cotidianamente na unidade de ensino, pois os estudantes são majoritariamente negros e essas atitudes são essenciais para “ajudar na formação identitária das crianças e da comunidade escolar”. Para ela, esta é uma “luta diária que precisa ser trabalhada constantemente”.
Fonte: Secom Feira de Santana