A paralisação dos caminhoneiros em maio provocou uma queda generalizada na indústria por todo o país. É o que aponta a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na quarta-feira (11).
Com a greve que durou 11 dias, a produção nacional teve queda de 10,9% na comparação com o mês anterior, o pior resultado desde dezembro de 2008, quando o recuo havia sido de 11,2%.
A produção recuou em 14 dos 15 locais pesquisados pelo instituto. Bernardo Almeida, analista de pesquisa do IBGE, explica como a greve dos caminhoneiros provoca essa brusca queda na indústria.
“Isso devido aos efeitos da paralisação dos caminhoneiros, tanto no inicio da cadeia produtiva, seja pela falta de abastecimento de matérias-primas ou de insumos; ou no final da cadeia produtiva que seria o não escoamento da produção estocada.”
Os estados que apresentaram recuo mais acentuado na produção industrial foram registradas em Mato Grosso, com saldo negativo de 24,1%, seguido de Paraná, com 18,4%, e Bahia e Santa Catarina com menos 15%. São Paulo e Rio Grande do Sul também obteve perdas mais intensas que a média nacional, atingindo menos 11,4% e 11%, respectivamente.
O analista Bernardo Almeida aponta porque que o Mato Grosso obteve a maior variação entre os estados.
“O Mato Grosso tem uma cadeia produtiva focado no setor de alimentos e como alimento foi um dos setores mais afetados pela paralisação, ele teve um forte impacto na indústria mato-grossense e essa variação foi a queda mais intensa da série do Mato Grosso.”
O estado do Pará foi o único a apresentar um desempenho positivo na indústria, com alta de 9,2% da produção na comparação com abril.
O IBGE ainda apontou que, além da greve dos caminhoneiros, outro fato que influenciou no resultado negativo foi o efeito-calendário, já que maio de 2018 teve 21 dias úteis e maio de 2018, 22 dias úteis.
Reportagem: Juliana Gonçalves