Após o governador da Bahia, Rui Costa, dizer que aceitará a ajuda humanitária da Argentina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “não existe” a opção do estado receber o apoio que foi recusado pelo governo federal. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (30), através de uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
“O ministro [das Relações Exteriores, Carlos Alberto] França estava ligando para mim. Ele acabou de falar com o chanceler da Argentina, e ele garantiu que qualquer ajuda será prestada via governo federal”, disse.
Bolsonaro garantiu que toda ajuda é bem-vinda, no entanto, questionou o apoio oferecido pela Argentina.
“Toda ajuda é bem-vinda, jamais abriremos mão de ajuda, mas que ajuda é essa? A ajuda foi o oferecimento de dez homens conhecidos como Capacetes Brancos. Quais ações eles fariam? Almoxarife, separar material, donativos, ajudar a distribuir água e alimentos. Basicamente isso daí. Ter um local específico para colocar 10 pessoas fica caro para a gente. E temos gente suficiente”.
O presidente negou que a recusa teria sido motivada por ideologia política e afirmou estar aberto a receber outros tipos de donativos, como os que foram oferecidos pelo Japão.
“Nós fomos educados, mas seria um grupo que daria trabalho para a gente, porque temos que tratar com todo carinho. Agradeço ao governo da Argentina, mas pelas informações que tive, as águas começam a baixar na Bahia”.
Relembre o caso
De acordo com o governo estadual, a Argentina ofereceu envio imediato de dez profissionais especializados nas áreas de água, saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores recusou o apoio.
O g1 teve acesso com exclusividade ao documento do Ministério das Relações Exteriores que foi enviado à embaixada da Argentina que dispensa a ajuda oferecida. Em um trecho do documento, o governo federal afirma que os recursos pessoal e financeiro são suficientes, com reserva de R$ 200 milhões para enfrentar a emergência.
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro comentou a negativa. “O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de 3 helicópteros da Marinha e Exército”.
Segundo Bolsonaro, o auxílio da Argentina não é necessário no momento em que mais de 643 mil pessoas são afetadas pelas chuvas na Bahia, e 91.806 estão desabrigadas ou desalojadas. Ao todo, 151 cidades baianas estão em situação de emergência.
“A avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições. A resposta do Ministério das Relações Exteriores à Embaixada Argentina é clara a esse respeito”.
Fonte G1/Bahia