Hepatologista e diretor do Hospital Aliança, Raymundo Paraná falou sobre a hepatite misteriosa que tem atingido crianças no Brasil e no mundo e orientou em entrevista nesta quarta-feira (25), na Rádio Metrópole, que os pais fiquem atentos a possíveis sintomas nos pequenos.
Na última atualização realizada pelo Ministério da Saúde, 44 casos da doença haviam sido notificados no país. A maior parte dos casos se dividem entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Segundo o especialista, a comunidade médica ainda está estudando a causa dessa doença. De acordo com ele, cerca de 40% dos casos de hepatite grave não têm uma identificação do fator de causa. O médico explica que a suspeita nesses casos é que eles tenham sido causados por medicamentos, ervas e chás dos chamados tratamentos alternativos, ou por um novo vírus.
“É isso que está se estudando agora. Como foram muitos casos em alguns países, está se estudando a possibilidade de um vírus. Se encontrou o adenovírus, mas isso não significa que ele seja a causa. A ciência médica está estudando se o adenovírus que está circulando na população pode ser a causa dessa doença ou é apenas uma coincidência, porque ele sempre circulou e nunca causou essa doença em pessoas que tenham uma integridade do sistema imunológico”, explicou o especialista.
Como ainda não se sabe a causa e a forma de contaminação, a orientação de Paraná é que os pais fiquem atentos a possíveis sintomas nos filhos. “Como sabemos que tem essa situação ocorrendo em vários países e até no Brasil, os pais devem observar os filhos, se eles desenvolverem sintomas, devem ser levados ao pediatra”, alerta.
“No caso das hepatites virais, geralmente os sintomas são náuseas, mal estar, às vezes diarréia e dores abdominais. Mas, no geral, as crianças ficam mais adinâmicas, sem querer brincar”. Segundo o médico, boa parte dos casos não evolui, mas alguns vão causar olhos amarelos e urina escura, nesse caso, os pais devem levar as crianças a um pediatra”, alerta o especialista.
Paraná, no entanto, acalma os pais. De acordo com ele, apenas uma pequena porcentagem dos casos vai evoluir para um quadro grave e uma outra porcentagem ainda menor, para uma forma chamada fulminante, que é a que requer o transplante. “Para cada caso de hepatite muito grave, existem centenas e até milhares de casos muito leves, que vão se curar”.
Fonte Metro1