A UDOP – União Nacional da Bioenergia avalia que o reajuste promovido em março pela Petrobras nas refinarias, de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel, provocou um “efeito cascata” nos valores de vários serviços. As tarifas de viagens por aplicativos subiram cerca de 6%; as entregas de encomendas (delivery), até 50%; e as passagens aéreas, entre 32% (internacionais) e 62% (nacionais). Além disso, as empresas de transporte público reivindicam aumentos de cerca de 20%. O impacto já vem sendo sentido pelos condutores em todo o Brasil.
Depois do esvaziamento das ruas durante a pandemia, recentemente a cidade de São Paulo começou a ver o número de carros circulando aumentar. Segundo o portal Mobilidade Sampa, o trânsito na capital já recuperou 73% do fluxo, comparando os meses de março de 2019 e de 2022. Porém, o portal também destaca que com a alta dos preços dos combustíveis é possível perceber a escassez de carros por aplicativos, o que impacta diretamente na circulação.
Uma pesquisa realizada pela Exame/IDEIA, publicada em março, mostrou que 83% dos brasileiros diminuíram o uso do carro por causa do aumento dos combustíveis. Conforme o levantamento, quanto menor a renda, maior o ajuste na maneira de se locomover para driblar a alta. Entre os que ganham até um salário mínimo, 92% diminuíram o uso do carro ou da moto; nos casos com renda superior a cinco salários mínimos este número é de 74%.
Como economizar mesmo utilizando veículos no dia a dia
Os brasileiros estão em busca de qualquer solução para economizar e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) dá algumas dicas práticas para a direção e manutenção do veículo que podem melhorar a eficiência no consumo de combustível. A primeira orientação é nunca colocar a quinta marcha numa velocidade menor do que 60Km/h. O instrutor do curso de Mecânica Automotiva na unidade de Campo Grande (MS), Iwan Garcia, orienta que, se for possível, o ideal é escolher um carro 1.0 para andar na cidade. “Carros com motor 1.0 são mais econômicos na cidade, onde não é possível usar velocidades muito altas”, diz. “É mais difícil manter uma velocidade constante dentro da cidade, porque há semáforos, quebra-molas e ruas preferenciais, mas aqueles que arrancam o carro com tudo para frear logo em seguida, realmente costumam gastar mais gasolina”, explica.
Segundo o especialista, diferente do que a maioria imagina, vidros abertos ou ar condicionado ligado gastam combustível da mesma forma, por isso, o condutor deve optar pelo que achar mais confortável. Além disso, segundo Garcia, é preciso fazer a manutenção regular do carro. “Trocar as velas de ignição a cada 20 mil km, o filtro de ar e o combustível do motor a cada 15 mil km e manter a limpeza dos bicos injetores são boas formas de economizar”.
O último conselho é dar atenção aos pneus. Conforme a Agência de Informações em Energia dos Estados Unidos (Energy.gov), a eficiência dos pneus poderia economizar, aproximadamente, 800 mil barris de petróleo por dia/mundo. A orientação é verificar a pressão dos pneus ao menos uma vez por mês, e manter as rodas alinhadas.
Uma medida que auxilia não só na economia de combustível, mas com a segurança viária, é manter distância do carro à frente, visando antecipar as manobras e acompanhar o fluxo do trânsito. “Isso evita acelerações e freadas desnecessárias, que acabam gastando combustível, e é bem mais seguro para todos. Além disso, não espere para frear no último minuto, isso só te faz perder dinheiro e a estabilidade do volante”, completa Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons.
Fonte: Paula Batista