O ano é 2022 e a Covid-19 continua presente. Acompanhante indesejado há mais de dois anos, a doença segue preocupando os baianos. E não é para menos. Só nestes primeiros dias de junho, o estado apresentou um aumento de 155% na média de casos ativos. Especialistas e autoridades consideram que o momento é sim de cautela e preocupação, mas não de desespero.
A notícia boa é que esse crescimento não tem refletido no número de óbitos e internações. Entre maio e junho, por exemplo, a média de mortes causadas pela doença permaneceu em um por dia. A infectologista Ceuci Nunes não tem dúvida que isso é fruto da vacina.
De acordo com ela, cerca de 80% dos casos de óbitos e internamentos envolvem pessoas não imunizadas. A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) também informou que tem observado um aumento nos casos positivados associados a pacientes que não iniciaram ou não deram continuidade ao esquema vacinal. Segundo a pasta, 6,5 milhões de baianos estão com a vacinação da Covid desatualizada.
A chegada dos festejos juninos reforça ainda mais o alerta. A infectologista não tem dúvidas de que o estado vai ter uma “explosão de casos” após o período. O tempo frio e as festas vão estimular a aglomeração em locais fechados, favorecendo disseminação do vírus. A orientação da especialista é que as pessoas reforcem medidas preventivas: higienizem as mãos, priorizem ambientes abertos e ventilados, evitem aglomerações e usem máscaras quando se sentirem expostas. “Elas, inclusive, não devem deixar de ser usadas por pessoas com algum sintoma respiratório”, ressalta Ceuci.
Desde 12 de abril, o uso de máscaras não é mais obrigatório na Bahia. O crescimento no número de casos, contudo, tem levado municípios brasileiros a retomarem essa obrigatoriedade em ambientes fechados. Só neste mês de junho, por exemplo, os municípios paulistas de Pereira Barreto e Santos retomaram após o Comitê Científico do Coronavírus no estado de São Paulo recomendar o uso em locais fechados. Londrina (PR), Petrópolis (RJ) e São Bernardo do Campo (SP) seguiram o mesmo caminho.
Na Bahia, a prefeitura de Guanambi chegou a decretar de novo a obrigatoriedade, mas voltou atrás seis dias depois. Em Salvador, o prefeito Bruno Reis já informou que ainda não cogita essa retomada, “uma vez que ainda não há nenhuma repercussão no sistema de saúde”. O posicionamento da Sesab é semelhante. Para a secretária Adélia Pinheiro, neste momento, a máscara é uma decisão pessoal e a principal ação de prevenção segue sendo a vacina.
Fonte: Jornal da Metrópole/Metro1