Ao todo são 113 milhões de reais tomados em empréstimos pelos baianos nos primeiros meses de 2022. Quem pega o dinheiro emprestado tem usado os valores não para uma compra imprevista ou para investir em um bem mais caro. Diante da crise, o dinheiro está sendo usado para pagar, na maioria das vezes, contas básicas como alimentação, energia elétrica e água.
Segundo dados mais recentes divulgados pelo Banco Central, o total de valores que circularam através de empréstimos no estado apresentou um crescimento de 65% na comparação dos últimos quatro anos. Em fevereiro deste ano, foram quase R$ 113 milhões usados em operações de crédito para pessoas físicas na Bahia. Em fevereiro de 2018, o montante era de R$ 68 milhões.
Quem precisou recorrer aos empréstimos foi a diarista Neide Santos, de 52 anos. Com a pandemia, a autônoma perdeu alguns dos clientes e viu as contas não fecharem no fim do mês. “Tive que escolher o que pagar e chegou um momento em que tava com tudo atrasado. Peguei 500 e paguei conta de água e luz, pra não ser cortado”, conta. Já a aposentada Rita Chagas, se viu presa em uma bola de neve. “Peguei empréstimo para não deixar de pagar o cartão. Acabei ficando com as duas dívidas”, conta.
AUXILIO CONSIGNADO
Se pedir dinheiro emprestado é uma prática cada vez mais presente na rotina dos brasileiros, a possibilidade agora chegou, também, para os beneficiários do Auxílio Brasil. Quem recebe os R$ 600 reais pagos pelo governo federal poderá usar o benefício para contratar um empréstimo. Neste caso o pagamento é consignado, e o pagamento é feito com o desconto automático no valor pago pelo pelo programa de auxílio.
As regras para o empréstimo nesta modalidade estão estabelecidas na Medida Provisória 1106/22 que já foi aprovada pelo Senado e pela Câmara e aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os limites estabelecidos pela medida, que entra em vigor imediatamente após sua sanção, estão: comprometimento máximo de 40% do valor do auxílio com a parcela do empréstimo, e o valor máximo de R$ 2,500 que vai variar de acordo com o valor do benefício recebido por cada família.
Segundo o Ministério da Cidadania, que já liberou pré-cadastro para quem tem interesse no crédito,o empréstimo terá um prazo de até 24 meses com juros de aproximadamente 2% a.m. O valor de juros, no entanto, a depender da instituição financeira pode ultrpassar os 4% ao mês.
Fonte: Jornal da Metropole