Em 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data instituída com o objetivo de reforçar as ações e mobilização da população para os danos causados pelo tabagismo. Segundo o Ministério da Saúde, são 160 mil mortes associadas ao tabaco por ano no Brasil. Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2021, apontam que o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1%, sendo 11,8% entre homens e 6,7% entre mulheres.
Os números vêm caindo desde o início da pesquisa, em 2006. Há 16 anos, o percentual de fumantes do sexo masculino era de 19,5%, enquanto do feminino era de 12,4%. O Dr. Thiago Fuscaldi, pneumologista, alerta para os riscos do tabagismo. “O consumo de cigarro está relacionado quase à totalidade dos cânceres de pulmão. Também é fator de risco importante para o câncer de bexiga, de próstata, de intestino, de boca, e um fator muito importante para ocorrência de doença coronariana, arterial periférica. Aumenta também o risco de infarto, além de doenças respiratórias e enfisema e predispõe a infecções de maneira geral”, explica.
O vício no tabaco está relacionado à nicotina, princípio ativo também utilizado nos recentes cigarros eletrônicos. Fuscaldi alerta que esse tipo de cigarro também tem potencial de vício. “As substâncias nocivas ainda não temos comprovação, já que esses dispositivos [cigarros eletrônicos] estão presentes há pouco tempo no mercado, mas têm risco sim de causar tanto doenças pulmonares e até mesmo ocorrência de câncer”, conclui.
O tabagismo é considerado uma doença e, por isso, precisa de acompanhamento especializado. Algumas vezes, segundo o doutor, apenas o tratamento psicoterápico é suficiente, mas há casos em que é preciso uso de medicação por prescrição.
A aposentada Maria Fernanda Santos começou a fumar ainda na adolescência, aos 16 anos, por influência de amizades. Ao longo dos anos, parou algumas vezes, por exemplo, nas duas gestações. Mas ela conta que ainda não conseguiu largar o hábito do tabagismo definitivamente.
“Parei algumas vezes. Parava por um ano, um ano e meio. Cheguei a ficar dois anos sem fumar, mas sempre acabava voltando. Na minha experiência, mais difícil do que parar, é permanecer sem fumar, porque temos uma memória que nunca se acaba. Em determinadas ocasiões, lembramos do cigarro como uma fuga. Acredito que todo fumante saiba os malefícios do cigarro, mas continuam fumando porque é extremamente difícil parar”, conta.
Tratamento na rede pública
O tratamento do tabagismo é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para saber mais informações sobre quais Unidades Básicas de Saúde e hospitais de seu município o tratamento está disponível, basta ligar para o número 136.
Fonte: Brasil 61