A maioria dos brasileiros já está pronta para curtir as férias. Praia, sol, piscina e atividades ao ar livre fazem a alegria das crianças e dos adultos depois de um ano inteiro de estudo e trabalho.
Mas, apesar de o verão ser a estação preferida pela população, o calor e a umidade são condições perfeitas para a proliferação de micro-organismos, como fungos, bactérias e vírus.
Além disso, o cloro usado nas piscinas, o protetor solar e o uso do ar-condicionado são condições que aumentam o risco de algumas doenças oculares, típicas dos meses mais quentes.
Olhos são vulneráveis
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, o foco dos pais é proteger as crianças do sol e mantê-las hidratadas. Entretanto, há vários aspectos importantes em relação à saúde das crianças na temporada das férias de verão.
“Os olhos são extremamente vulneráveis e propensos a lesões e danos causados pelas condições externas, como o clima, alérgenos e agentes químicos. Portanto, é preciso tomar alguns cuidados”.
Vermelhidão ocular frequente é sinal de alerta da conjuntivite
Uma das principais doenças oculares que afetam as crianças é a conjuntivite, cujo principal sintoma é a vermelhidão ocular. “As condições climáticas do verão propiciam que vírus e bactérias se proliferem com maior facilidade. A conjuntivite infecciosa é muito contagiosa. O compartilhamento de itens pessoais, como toalhas e outros objetos, pode ser um meio importante de transmissão da doença”, comenta Dra. Marcela.
Os pais devem ficar atentos aos sintomas como vermelhidão ocular, coceira, acúmulo de secreção, lacrimejamento e olhos grudados por essa secreção, que costuma ser mais abundante nas formas infecciosas da conjuntivite.
Irritação e alergia ocular
Outra condição muito comum relacionada ao verão são as alergias e irritações oculares. Em geral, os casos estão associados a produtos químicos usados em piscinas, como o cloro, à água do mar e ao contato com protetores solares. “A criança pode desenvolver uma reação a esses agentes e apresentar vermelhidão, ardência e coceira”, explica a médica.
Outras causas para a irritação ocular é que em algumas regiões do Brasil o ar fica mais seco no verão. Essa condição propicia o acúmulo de poluentes no ar. Ambientes com ar-condicionado também deixam o ar mais seco. O resultado dessas condições é a irritação ocular, que pode ser acompanhada de ardência e até mesmo coceira.
Bolinha de pus no olho? Terçol!
Outra doença ocular muito prevalente no verão é o terçol, infecção bacteriana que atinge as pálpebras. “O terçol é muito comum na infância, uma vez que as crianças costumam tocar os olhos com as mãos sujas, de forma frequente. Como a umidade e calor aumentam a proliferação das bactérias, o risco de contaminação aumenta no verão”, reforça Dra. Marcela.
O principal sinal do terçol é o surgimento de uma bolinha nas margens das pálpebras, acompanhada de vermelhidão, calor local e pus.
Orientações para os pais para prevenir Conjuntivite Terçol e Alergia Ocular
Existem alguns cuidados que os pais podem tomar para prevenir as doenças oculares típicas do verão. Veja algumas dicas
- A criança deve usar óculos de natação durante as práticas aquáticas para reduzir o contato com os produtos químicos, sal da água do mar e agentes infecciosos
- Não aplique protetor solar nas pálpebras superiores. O ideal é aplicar o com a criança seca e esperar o produto ser absorvido para reduzir o risco de escorrer para os olhos
- Mantenha uma garrafa de água potável na praia e na piscina para lavar os olhos da criança quando necessário
- Não deixe a criança compartilhar itens pessoais com outras crianças e adultos, como toalhas, fronhas, travesseiros etc.
- Nunca use colírios ou qualquer outro medicamento nos olhos da criança sem a prescrição de um oftalmologista
“Esses cuidados podem ajudar a prevenir algumas condições. Contudo, ao notar os sinais e sintomas mais agudos e persistentes, é preciso consultar um oftalmologista assim que possível, já que as conjuntivites infecciosas não tratadas podem evoluir para uma condição chamada celulite orbitária, que necessita de tratamento imediato”, finaliza Dra. Marcela.
Leda Sangiorgio
Assessoria de Imprensa