Parte da programação momesca desde 2014, o movimento manteve a tradição de resgatar os antigos carnavais, dar visibilidade para manifestações populares e lançar novos artistas.
Trios, minitrios, carros de som, fanfarras e baianas embalaram os foliões presentes na passagem do Furdunço, no circuito Osmar (Campo Grande), no início da tarde desta sexta-feira (17). Parte da programação momesca desde 2014, o movimento manteve a tradição de resgatar os antigos carnavais, dar visibilidade para manifestações populares e lançar novos artistas.
Com seu repertório composto por canções como ‘Chame Gente’, de Armadinho e Moraes Moreira, ‘Frevo Mulher’, de Zé Ramalho, e ‘Toda Menina Baiana’, de Gilberto Gil, a jovem cantora Manu Dourado, de 14 anos, foi a primeira atração. A artista mirim emocionou os foliões e mostrou porque já se apresentou ao lado de Carlinhos Brown, Saulo, Margareth Menezes, Irmãos Macedo e Thiago Arancam. “Sempre gostei de música. Canto pelo prazer de fazer as pessoas felizes. É isso o que quero, espalhar felicidade”, contou Manu, que é deficiente visual.
Presença garantida nas últimas quatro edições do Furdunço, a banda Os My Friends trouxe suas referências musicais para o circuito, trazendo sucessos de grandes nomes nacionais como Jorge Ben Jor, Tim Maia, Gilberto Gil, Carlinhos Brown. Para JP Castellano, um dos integrantes do grupo que mistura samba-rock e funk, o Furdunço é um espaço que permite apresentar novas atrações ao público.
“A gente fica muito entusiasmado de participar desta festa. O Furdunço é um espaço democrático que resgata os antigos carnavais e dá visibilidade para todos os artistas, propostas musicais e expressões artísticas em um espaço majoritariamente dominado pelo axé music. Essa mistura mostra que não existe nada igual ao carnaval de Salvador”, afirmou.
A foliã Gardênia Fernandes, moradora do Campo Grande, parabenizou a realização da oitava edição do Furdunço no bairro e ressaltou como a ação promove bandas que estão surgindo na cena musical. “Classifico como positiva. Acho que todo mundo tem que ter oportunidade [de mostrar o seu trabalho], não só os grandes. O importante é divertir o pessoal”, disse.
Também passaram pelo circuito os grupos Zeu Lobo Alcatéia, Movimento Musical Pinauna Power, Os Eficientes, Luana Matos, Nadijane, Som do Sisal, Aline Ataide, Forró Sabepoeira, entre outros.
Folia para todos – Embalada pelo ritmo dos grupos Pelourinho e Espaço Musical, a ambulante Tamires de Jesus, que atua no começo do circuito, largou temporariamente o isopor para cair na gandaia. “É maravilhoso para nós ouvir um som gostoso que representa Salvador e seus moradores. Temos uma cultura muito bonita”, afirmou.
Centenário de Osmar – Criador da fobica e responsável pela transformação do carnaval soteropolitano, ao lado de Adolfo Nascimento (Dodô), Osmar Macedo completaria 100 anos de vida neste ano. E esse fato histórico não tem deixado de ser celebrado pelos artistas.
JP Castellano reforçou o prazer em tocar no circuito mais tradicional do maior Carnaval do mundo. “É uma honra se apresentar no circuito Osmar por tudo o que ele representa. É o pioneiro e mais importante do nosso Carnaval. E neste ano, inclusive, se torna algo ainda mais grandioso por conta da comemoração do que seria os 100 anos de vida de Osmar, grande ícone da música baiana”, ressaltou.
Fonte: Secom Salvador