Exportações de commodities são 68,3% das exportações total do mês, soja é protagonista da agropecuária no primeiro semestre
O saldo da balança comercial de abril deste ano foi de U$ 8,2 bilhões, igualando-se com o número de abril do ano passado, segundo divulgou a Fundação Getúlio Vargas no Indicador de Comércio Exterior (Icomex). Na comparação entre os anos, o valor exportado recuou 5,5%, puxado pela queda de 9,5% nos preços, visto que o volume aumentou em 4,1%. Já a variação nas importações também foi negativa, com uma queda de 7,7%, explicada pela queda de 10,6% nos preços, pois o volume aumentou 3,2%.
No acumulado do ano até abril, o valor exportado cresceu 1,6%, com aumento de 4,4% no volume e queda de 2,3% nos preços. Já as importações no mesmo período tiveram recuo de 1,2% nos preços, 1,3% no volume e 2,3% no valor.
Commodities
As exportações de commodities correspondem a 68,3% das exportações totais e recuaram, na comparação mensal do mês de abril, em 7,4%. A queda dos preços em 10,4% explica esse recuo, pois o volume aumentou em 3%. As variações dos preços, volume e valor para as não commodities foi negativa. No acumulado do ano, a participação das commodities foi de 66,8% nas exportações totais.
Já no quesito importações, as não commodities responderam por 89,5% em abril, um aumento de 2,8% de volume e queda de 8,2% nos preços. Já as commodities tiveram um recuo de 27,7% nos preços e crescimento de 7,1% no volume.
Agropecuária
O setor da agropecuária foi o único setor que registrou variação positiva no valor exportado, de 10,6%, na comparação mensal do mês de abril, explicada pelo aumento de 20,1% no volume exportado, já que os preços recuaram 8,2%. As exportações do setor responderam por 32% do valor total de exportações brasileiras em abril deste ano. Em abril do ano passado, esse percentual era de 27%.
Entre as 23 principais commodities exportadas pelo Brasil, a participação da soja em grão foi de 41,6% no grupo de commodities e 28,3% no total das exportações brasileiras.
O analista da Safras e Mercado Luiz Fernando Gutierrez Roque explica sobre a situação da soja neste ano. “De uma forma geral indica uma recuperação brasileira nesta temporada frente ao ano passado, principalmente no caso da soja, que ano passado a gente teve uma quebra muito grande na produção por conta do La Niña, que afetou a região Sul e parte do Mato Grosso do Sul. Nesse ano a gente está confirmando a colheita de uma supersafra, uma safra recorde de soja, porque todos os estados do Brasil estão colhendo muito bem, com exceção do Rio Grande do Sul, que de novo teve alguns a problemas”, relatou.
A agropecuária é a principal fonte de dinamismo das exportações brasileiras até o momento, liderada pelo aumento do volume. A soja lidera no primeiro semestre do ano, e a continuação desse papel central depende das outras exportações agrícolas no segundo semestre.
Fonte: Brasil 61