Projeto é apoiado pela Lei Rouanet.
Dez artistas de Feira de Santana, além de outros residentes nesta cidade e em municípios circunvizinhos estão emanando vibrações culturais em diversos palcos teatrais, por meio do espetáculo cênico musical Contos e Cantares, que é apoiado pela Lei Rouanet.
Cidades baianas, a exemplo de Feira de Santana, Conceição de Coité e Valente, já foram arrebatadas, no primeiro semestre de 2023, pela montagem, que contemplará, nos próximos meses, Serrinha, Canudos e Salvador.
“Tive a honra de ser apresentado a alguns artistas de Feira de Santana e outros que são moradores desta terra apaixonante, e constatei in loco o talento desses atores e músicos performáticos, com os quais formei a ‘família Contos e Cantares’, para rodar a Bahia, o Brasil e, possivelmente, o mundo, levando um espetáculo que une teatro, música, poesia, dança e artes visuais”, ressalta o poeta Aldo Souza, que é autor e diretor da obra supracitada.
Segundo ele, a iniciativa sociocultural tem como funções entreter, emocionar, informar, educar, esclarecer, refletir, opinar e despertar o senso crítico.
“Nosso espetáculo apresenta – com doses de humor, drama e crítica social – seis textos e seis canções autorais (Coração de Índio, Quilombola, Tambores do Gueto, Canudos, Águas da Mágoa e Olho de Cego), que abordam fatos relevantes da história do país, como a composição étnica do povo brasileiro e Guerra de Canudos, além de questões ligadas ao meio ambiente, a exemplo do descaso para com os recursos hídricos, entre outros temas que estimulam a construção de um pensamento crítico”, destaca.
AS CENAS
“Coração de Índio” reflete, entre outras coisas, sobre dizimação e aculturação dos povos originários do Brasil, composição étnica, exploração das riquezas naturais e importância da luta em defesa da vida e pela garantia e consolidação dos direitos indígenas.
“Quilombola” aborda conflitos étnicos no Brasil; violações da dignidade humana; resistência, cultura e identidade negra; autoestima; além de resiliência e empoderamento.
“Tambores do Gueto” retrata a força da identidade negra, a ascensão dos afrodescendentes, destacando celebridades baianas, os blocos afro, a poesia, a música, dança, estética, dentre outras expressões artísticas que caracterizam a nossa baianidade.
“Canudos” narra a importância histórica de Antônio Conselheiro, fundador do arraial de Canudos, no sertão da Bahia, que no ano de 1897 foi destruído pelo Exército da República, na Guerra de Canudos, por conta de interesses religiosos e econômicos das classes dominantes da época, resultando em um dos maiores massacres populares da história do Brasil.
“Olho de Cego” propõe uma reflexão sobre a “cegueira” social, que tem como sintomas o egoísmo, a negação do outro, a alienação do indivíduo em relação a ele mesmo, entre outros sentimentos que inviabilizam a mudança de postura e consciência crítica.
ARTISTAS
Sob a direção da atriz e professora de teatro, a soteropolitana Tania Rodrigues, o elenco feirense é composto por Carmem Silva, Fátima Dias, Rodrigo Porto e Rebecca Braga. Também integram o grupo os atores Igor Teles, que é natural do município de Tanquinho; e Gil Tanajura, da cidade de Rui Barbosa.
Já a banda tem como componentes Isaque Avelino, no violão; Roger Ferrer, no teclado e sanfona; Anderson Silva, no baixo; Phy Batera, na bateria; Nilton Rasta e Zé das Congas, na percussão. Os demais integrantes são: a paulista Damares Teçá, no backing vocal; o coiteense Aldo Souza, no vocal principal; e o soteropolitano Shalom Adonai (diretor musical), na viola, pandeiro e voz.
Fonte: Jornalista Sérgio Augusto