Quadro de associados também aumentou para 15,6 milhões, sendo 13,2 milhões de pessoas físicas e 2,4 milhões de pessoas jurídicas
Segundo dados recentes do Banco Central (BC), as cooperativas de crédito crescem mais que os outros segmentos do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Dados da última edição anual do Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), indica que o segmento opera em 55,3% dos municípios brasileiros, totalizando 9.122 localidades.
Até o fim de 2022, havia, em todo o país, 799 cooperativas singulares, 32 cooperativas centrais, quatro confederações e dois bancos cooperativos. O quadro de cooperados subiu 14,5%, passando de 13,6 milhões em 2021 para 15,6 milhões em 2022. O maior crescimento foi representado pela base de Pessoas Jurídicas, onde 90% são compostas por micro e pequenas empresas.
De acordo com o Presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas da Bahia (OCEB – Bahia), Cergio Tecchio, o crescimento das cooperativas de crédito mostra que o segmento se encontra apto para ampliar ainda mais a participação no cenário do sistema financeiro nacional.
“Cada vez mais as cooperativas de crédito, que são instituições financeiras capacitadas que tem planejamento, tem mais participação na sociedade, na comunidade, seja ela em todo o país. Isso traz um trabalho todo de prospecção, de fazer com que os pequenos municípios, pequenas comunidades tenham assistência financeira integral através das cooperativas de crédito. Então o cooperativismo hoje está preparado e cada vez mais ele busca essa integração de oferecer uma gama muito forte de produtos e serviços a preços compatíveis com a necessidade do mercado”, diz.
Os ativos totais das cooperativas de crédito, que inclui a carteira de crédito e os outros bens, totalizaram R$ 590 bilhões em dezembro de 2022, com alta de 28,6% no ano. As captações de recursos somaram R$ 466 bilhões e subiram 29,9%, em ritmo superior ao dos outros ramos do Sistema Financeiro Nacional.
Apesar da redução do ritmo de crescimento, a carteira de crédito ativa do SNCC chegou a R$383 bilhões em dezembro de 2022 e se manteve como o segmento do SFN com maior expansão de crédito (22,4% no ano). A maior parte desses ativos são representados pelas operações de crédito concedidas a micro e pequenas empresas, entre as Pessoas Jurídicas associadas, e a produtores rurais, entre as Pessoas Físicas.
O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas da Bahia, a da modernização da legislação foi essencial para expansão do número de créditos concedidos a micro e pequenas empresas.
“No momento em que a legislação nos permitiu a trabalhar com pessoa jurídica foi feito todo um trabalho estratégico de capacitação de fomento, de desenvolvimento de sistemas, planejamento estratégico no sentido de buscar as micro e pequenas empresas para que elas pudessem se associar à cooperativa e, principalmente, se desenvolveu produtos e serviços adequados para esses tipos de sociedade”, afirma.
Segundo o BC, os ativos problemáticos (como empréstimos com inadimplência) cresceram em 2022 após dois anos seguidos de queda, atingindo 4,6% dos ativos totais. De acordo com o órgão, os níveis de reservas financeiras para cobrir possíveis prejuízos estão acima de 90% das perdas esperadas na carteira de crédito.
Regiões
De acordo com o BC houve crescimento do cooperativismo em 2022 em todas as regiões do país. Com destaque para a região Sul com unidades de atendimento em 95,9% dos municípios. Em seguida, Centro-Oeste (75,2%), Sudeste (70,3%) e Norte (36,9%). A região Nordeste é a menos contemplada por cooperativas de crédito, tendo cobertura em apenas 13,8% dos municípios.
Segundo o relatório, a região Norte foi a que mais cresceu no ano de 2022, com expansão de 34,7% no número de pessoas físicas e de 28,4% de pessoas jurídicas.
Marco Legal
As regras do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo foram atualizadas e modernizadas com a sanção da Lei Complementar 196/2002 beneficiando as cooperativas de crédito existentes no território brasileiro e representando um importante marco para o segmento.
Todas as atualizações da lei concederam maior segurança, protagonismo e alavancaram as cooperativas na economia brasileira.
Fonte: Brasil 61