Pesquisa mostra que produtores mais jovens têm taxa de inadimplência maior, índice diminui conforme aumenta a idade
Um levantamento realizado pela Serasa Experian mostrou que, em julho deste ano, 28% dos produtores rurais do Brasil estavam inadimplentes. A pesquisa levou em conta as 27 unidades federativas. O head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta ressalta que a inadimplência no agronegócio é menor do que a da população urbana. “É necessário dizer que comparado à população urbana a inadimplência no agro é menor, hoje é de 28%, enquanto na população urbana, por exemplo, é de quase 44%”, relatou.
O economista Newton Marques aponta algumas das possíveis causas da inadimplência do setor. “As principais causas podem ser os preços dos produtos que eles estavam plantando, produzindo ou criando, animais, que não teve o resultado esperado. Então, com isso, deixou de pagar. Bem como também pode ter acontecido um problema climático. E isso daí acaba também causando problemas para a receita desses produtores. Então, eles passam a ser inadimplentes”, elucidou.
O levantamento do Serasa Experian ainda traz uma curiosidade: quanto mais jovem o produtor rural, mais alta a possibilidade de ele estar inadimplente. Entre os produtores com idade entre 18 e 25 anos, a taxa de inadimplência é de 47,2%, esse número vai diminuindo no decorrer das faixa-etárias e entre os que têm mais de 60 anos o número cai para 23,2%.
Sul tem menor nível de inadimplência rural
Observando os dados por região do país, o Sul apresentou o menor nível de inadimplência, com apenas 15% dos trabalhadores negativados. Na sequência estava o Sudeste, com 24,6%; o Centro-Oeste, com 30,4%, e o Nordeste, com 33,8%. A região com maior nível de trabalhadores rurais no vermelho é o Norte, com 40,1%.
A análise por Unidades Federativas mostrou que o Amapá apresenta o maior percentual de produtores rurais inadimplentes, com 53,4%; e Santa Catarina o menor, com 13,3%.
Para evitar situações de inadimplência, o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, conta que são recomendadas duas estratégias: planejamento financeiro e seguro rural. “A gente recomenda dois tipos de abordagem: um é tentar sempre ter o seguro rural, porque isso evita com que ele tenha problemas financeiros em caso de um problema climático, por exemplo, afete a produtividade da produção deles como um todo. E o segundo ponto é um planejamento financeiro melhor. Então tem várias ferramentas hoje de acesso à educação financeira que ajudam a fazer esse planejamento. Então é uma combinação de planejamento e de seguro para evitar essa inadimplência”, reforçou.
Para produzir os dados foram analisados cerca de 10 milhões de perfis de pessoas físicas que possuem financiamentos da modalidade rural e agroindustrial no Cadastro Positivo, donos de propriedades rurais com Cadastro Ambiental Rural ou Cadastro Federal de Imóveis Rurais, distribuídos em todos os estados e no Distrito Federal.
Fonte: Brasil 61