O crescimento acumulado em 12 meses desacelerou para 1,3%
O indicador antecedente da Boa Vista de Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo território nacional, registrou leve queda de 0,1% entre os meses de setembro e outubro de 2023 na comparação dos dados dessazonalizados, interrompendo uma sequência de cinco avanços consecutivos nesta base de comparação.
Na série de dados originais foi observado um aumento de 2,6% na comparação com outubro do ano passado e isto contribuiu para acelerar o crescimento do resultado acumulado no ano, que até o final do 3º trimestre de 2023 era de 0,6% e agora é de 1,0%. Já na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o crescimento desacelerou mais uma vez. Em setembro a variação havia sido tímida e a curva de longo prazo havia praticamente ficado estável, mas em outubro a perda de ritmo foi mais nítida, para 1,3% ante 1,7%.
“Depois de uma sequência positiva o indicador voltou a cair e isso pode ser reflexo, por exemplo, de algo que já tínhamos falado: a renda real continua subindo, mas agora num ritmo menor. Essa desaceleração no início do 4º trimestre já era esperada, mas não foi só isso; não podemos nos esquecer que o mês de outubro antecede um período de maior sazonalidade, com Black Friday e Natal. Por isso, o consumidor pode ter postergado um pouco do consumo na expectativa de aproveitar as promoções que estavam por vir. Outro ponto importante seria um pouco de cautela da parte do consumidor, que ainda vê boa parte da renda comprometida com dívidas. Assim ele também estaria esperando um pouco mais para ir às compras, especialmente para as compras de final de ano. O varejo, até aqui, tem passado por mais um ano difícil. Vimos uma melhora na renda e no emprego, mas o crédito está desacelerando e ele tem uma função muito importante para o setor, que está caminhando para encerrar mais um ano com baixo crescimento”, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
Fonte: Assessoria de Comunicação