Minas Gerais aparece no topo da lista com o maior número de ocorrências entre os estados
Com as comemorações de fim de ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) procura intensificar as operações de fiscalização e controle para evitar acidentes nas rodovias brasileiras. Um levantamento da corporação mostra que apenas entre os dias 29 de dezembro de 2023 e 1º de janeiro de 2024 foram 725 acidentes. Também estão nos registros 193 acidentes considerados graves e 55 mortes. Já o número de motoristas que desrespeitou a legislação foi ainda maior segundo o policial rodoviário federal, Aristides Júnior.
“A PRF flagrou mais de 5.400 motoristas efetuando ultrapassagens de locais proibidos, um índice superior a 50% se comparado ao número de motoristas flagrados cometendo o mesmo tipo de infração na operação de ano novo de 22 para 23 e também flagrou mais de 24 mil veículos transitando com excesso de velocidade”, informa.
De acordo com o policial, os números preocupam. “As ultrapassagens proibidas e o excesso de velocidade são duas das principais causas de acidentes graves que nós registramos no nosso dia a dia”, destaca.
O Coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, concorda com o agente federal. “A forma como cada um se comporta no trânsito e nas rodovias em particular, onde você agrega um risco maior que é o da velocidade, e é justamente onde você consegue trafegar numa velocidade muito maior do que em área urbana”.
Para o especialista, existe uma relação direta entre a fatalidade — a violência de um acidente, de um sinistro de trânsito — e a velocidade praticada.
Conforme dados da PRF, Minas Gerais aparece no topo da lista com o maior número de ocorrências. São 130 no total. Apesar de todos os alertas e orientações, 4.043 veículos foram flagrados transitando com excesso de velocidade e 661 motoristas foram autuados por efetuarem algum tipo de ultrapassagem proibida.
Atrás de MG está Santa Catarina com 80 ocorrências, seguida pelo Paraná (64), Rio Grande do Sul (58), Rio de Janeiro (55), São Paulo (50), Baha e Goiás com 31, ambos, Pernambuco (27), Paraíba (24), Espírito Santo (23), Distrito Feeral (22), Mato Grosso (19), Ceará (16), Mato Grosso do Sul e Piauí (15), Alagoas (12), Pará (11), Rio Grande do Norte e Tocantins (10), Roraima (8), Sergipe (7), Maranhão (5), Amapá e Roraima (1). Acre e Amazonas não tiveram registros de acidentes entre os dias 29 de dezembro de 2023 e 1º de janeiro de 2024.
Fiscalização X impunidade
Para o Coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, o Brasil poderia ter um resultado ainda melhor com mais comprometimento de todos.
“Existem vários equívocos de projetos, erros de obras que também podem provocar essas tragédias. Agora nos trechos críticos, naturalmente você deve ter o quê? Mais fiscalização, não só do ponto de vista do trânsito, a fiscalização do agente de trânsito punindo eventuais infratores, como também para ver se o Estado está provendo as soluções para aquele trecho”, ressalta.
Rizzoto ainda acrescenta uma preocupação com a jornada de trabalho dos condutores profissionais. “Os motoristas de caminhão e de ônibus estão circulando nas rodovias, o que faz com que muitos deles, inclusive, venham utilizar drogas. E aí a gente tem uma legislação específica que exige o exame toxicológico — e quando você vai ver na prática, estão sempre protelando a fiscalização”, lamenta.
Na opinião do policial rodoviário federal Aristides Júnior, toda vez que os motoristas adotam uma postura mais cautelosa, mais responsável, a tendência é que o número de acidentes caia.
“O motorista é a principal engrenagem em todo o sistema de trânsito. Ele que realmente pode e deve fazer a diferença de uma forma positiva, pois só assim nós teremos condições de obter reduções nos números de acidentes e, por consequência, no número de feridos e, principalmente, no número de mortes”, alerta.
Fonte: Brasil 61