Após uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificar que a Refinaria de Mataripe foi vendida pela Petrobras a preço abaixo do mercado, a estatal abriu uma investigação administrativa para avaliar a transação, que ocorreu em novembro de 2021. A medida foi informada nesta sexta-feira (5) pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
“A respeito das notícias que têm sido veiculadas sobre a venda, pelo governo anterior, da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), e tendo sido procurado por diversos veículos de comunicação, informo que essa questão está sob avaliação da Petrobras, em diálogo com os órgãos de controle”, escreveu Prates na rede X (antigo Twitter), concluindo que a venda está sendo apurada pelos setores que analisam a governança e a integridade da companhia.
O relatório da auditoria da CGU criticou a escolha do momento para a venda, caracterizado pelo órgão como um cenário de “tempestade perfeita”, já que, no final de 2021, o país enfrentava os efeitos da pandemia da Covid-19, uma previsão negativa de crescimento da economia e uma baixa cotação do petróleo no mercado internacional. O documento não chega a concluir que houve prejuízo econômico com a transação, mas argumenta que a Petrobras poderia ter aguardado, ao menos, a recuperação do petróleo no mercado internacional.
Compra
A Refinaria de Mataripe (que anteriormente se chamava Refinaria Landulpho Alves, Rlam) foi vendia por por US$ 1,65 bilhão (ou R$ 8,03 bilhões pelo câmbio atual). O comprador foi o fundo Mubadala Capital, que é uma divisão de investimentos da Mubadala Investment Company, grupo que pertence à família real dos Emirados Árabes Unidos.
A divulgação do relatório da CCG voltou a dar destaque às suspeitas em torno de presentes do governo dos Emirados Árabes Unidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os itens teriam sido dados em outubro de 2019 e novembro de 2021, mesmo mês da venda da refinaria.
Fonte Metro1