Com sete mortes registradas em 2024, os baianos seguem em alerta para a dengue. Mas um outro inimigo também continua sendo motivo de atenção: a covid-19. A doença que já levou ao isolamento social e só em 2020 matou mais de 100 mil pessoas no estado, permanece fazendo vítimas, mais inclusive do que o próprio Aedes Aegypti. Entre janeiro e fevereiro deste ano, 100 pessoas morreram em decorrência do coronavírus na Bahia, de acordo com os dados da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde do governo do estado. Os números evidenciam que, apesar dos avanços significativos alcançados devido à vacinação, o coronavírus continua a ser uma ameaça mais letal do que várias doenças, incluindo a arbovirose.
Dados do portal de transparência revelam que 58 municípios registraram casos fatais da doença. Salvador lidera o ranking ao contabilizar 27 mortes. Feira de Santana segue em segundo lugar, com 5 óbitos, enquanto Euclides da Cunha e Vitória da Conquista têm 3 cada. Além disso, destaca-se o perfil etário das vítimas, com a maioria delas tendo 80 anos ou mais.
O alerta é ainda maior para este período após as festas de verão. Em Salvador, só entre de 1º a 14 de fevereiro, foram registrados 338 casos de covid, com 7 óbitos. Depois disso, entre 15 a 28 de fevereiro, mais 313 casos e 4 mortes. O professor e infectologista Robson Reis,afirmou que já era esperado um aumento nos casos de covid devido principalmente aos festejos carnavalescos. “Nós sabemos que o Carnaval contribuiu muito para isso, com aglomerações de pessoas do mundo inteiro e de outros estados. As pessoas enfrentam maratonas no Carnaval, não dormem direito, não se alimentam direito, ficam com a imunidade baixa e se tornam mais suscetíveis a adoecer”, pontuou.
Panorama da dengue
Em paralelo à escalada da covid, o Brasil enfrenta um aumento exponencial de infecções por dengue, que também é motivo de preocupação. Na Bahia, 16.771 casos prováveis da doença foram computados até 24 de fevereiro de 2024, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). Esse número representa um aumento de quase 100% em comparação a 2023, quando, no mesmo período, foram registrados 8.408 casos prováveis. Ao todo, 64 municípios baianos estão em epidemia de dengue.
“A dengue é uma doença endêmica, ou seja, ela acontece durante todo o ano. Porém, às vezes, ela aparece como surtos, um período epidêmico, que é o que a gente está justamente vendo agora. Atribui-se o momento às mudanças climáticas. Esse período de aumento dos casos da dengue geralmente costuma acontecer entre março, abril e maio. Agora, começamos a perceber isso mais cedo, de forma mais intensa”, explicou o infectologista.
Febre, dores no corpo, mal-estar e dor de cabeça são alguns dos sintomas da dengue e da covid-19. Segundo Robson Reis, em ambos os casos “a pessoa que está doente deve repousar e se hidratar”. No entanto, o médico pontuou que especialmente os pacientes infectados pela dengue devem se atentar ao uso de repelente. “Isso é uma observação essencial, porque uma vez que o mosquito picar alguém doente ele vai sair transmitindo [o vírus] para outras pessoas. É uma medida importantíssima desta cadeia de transmissão”, alertou.
Fonte Metro1